São Paulo, sexta-feira, 05 de março de 2004

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PF prende 7 acusados de fraudar INSS

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Forças-tarefas lideradas pela Polícia Federal e criadas para combater fraudes na Previdência prenderam ontem sete pessoas em Pernambuco e anunciaram a descoberta de uma quadrilha que agia na Bahia, responsável pelo desvio de pelo menos R$ 2 milhões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
As ações nos dois Estados foram independentes, mas o trabalho fez parte de um programa nacional iniciado em 2003 pela PF em conjunto com INSS, Ministério Público Federal e Justiça Federal.
Instalada em maio de 2003, a força-tarefa pernambucana centrou as investigações em Paulista (Grande Recife), onde a Previdência havia constatado o desvio de pelo menos R$ 30 milhões.
Segundo a força-tarefa, a fraude consistia na inserção, pelos fraudadores, de vínculos empregatícios falsos nos cadastros do INSS local. Com isso, o grupo teria obtido cerca de mil benefícios irregulares. Foram presos ontem acusados de participar do esquema dois empresários, dois aposentados -entre eles um homem de 71 anos-, um contador e dois agentes administrativos do INSS.
Durante nove meses, os policiais e o Ministério Público investigaram os suspeitos em busca de provas. Com as evidências, obtiveram da Justiça Federal os sete mandados de prisão e nove autorizações para busca e apreensão em residências e empresas.
As prisões ocorreram na manhã de ontem, sem resistência. Apenas um dos acusados jogou pela janela do seu apartamento, no sétimo andar, uma mala com vários documentos e carimbos supostamente usados nas fraudes.
Durante as buscas, os policiais apreenderam três revólveres, dois computadores e documentos. A PF tem prazo de 15 dias para concluir o inquérito e remetê-lo ao Ministério Público Federal.
Na Bahia, também depois de quase nove meses de investigações, a PF e o Ministério Público identificaram pelo menos 11 supostos integrantes de uma quadrilha acusada de dar um prejuízo de quase R$ 2 milhões ao INSS.
Para não prejudicar as investigações, a PF informou apenas que as cidades da Bahia que mais registraram fraudes contra o órgão são Jacobina, Campo Formoso, Ourolândia e Umburanas.
Cinco funcionários do próprio INSS estão entre os fraudadores, de acordo com o Ministério Público. Anteontem à tarde, os fiscais e agentes federais começaram a cumprir nove mandados de busca e apreensão de documentos nos postos do INSS localizados nos quatro municípios.
Até o final da tarde, nenhuma prisão havia sido registrada. Policiais que trabalharam na operação informaram que a principal fraude era registrada no pagamento do auxílio-maternidade.
A PF e o Ministério Público suspeitam que dirigentes sindicais também fazem parte da quadrilha. O INSS informou que a maior parte das fraudes foi preparada dentro de um ônibus de atendimento móvel da Previdência.


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