|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OPERAÇÃO ANACONDA
Magistrado teria favorecido doleiro
Ministério Público faz duas novas denúncias contra juiz Rocha Mattos
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O MPF (Ministério Público Federal) ofereceu duas novas denúncias contra o juiz federal João
Carlos da Rocha Mattos -acusado de prevaricação, denunciação
caluniosa e abuso de autoridade.
A Promotoria também instaurou investigação preliminar por
suspeita de peculato.
No primeiro caso, Rocha Mattos foi acusado de atuar indevidamente, como então titular de uma
vara criminal, ao proferir decisão
em mandado de segurança impetrado pelo doleiro Najun Turner
num caso de natureza cível. Anteriormente o juiz havia absolvido
Turner em ação criminal da qual
ele era réu com Fausto Solano.
Embora fosse um processo de
natureza cível e de competência
da Justiça estadual, segundo o
MPF, o juiz chamou o caso para
si, sob a alegação de "prevenção".
Para o MPF, Rocha Mattos
criou "inusitada hipótese" de conexão para ajudar Turner, citado
como amigo de sua ex-mulher
Norma Cunha em telefonemas
grampeados pela Operação Anaconda. Solano é citado nos grampos como tendo dado uma casa a
Rocha Mattos no Uruguai.
Na segunda ação, o juiz foi denunciado por ter formalizado representação criminal contra o juiz
titular da 6ª Vara Criminal, Fausto di Sanctis, e contra um representante do Ministério Público.
Segundo Rocha Mattos, os dois
haviam se recusado a atender pedido seu de devolução dos autos
de um inquérito policial que entendia deveria ter sido distribuído
à 4ª Vara, da qual foi afastado.
Para o MPF, caberia a Rocha
Mattos pedir o julgamento de
eventual conflito de competência
no Tribunal Regional Federal.
O procedimento preliminar para averiguar a suspeita de peculato partiu de narrativa do magistrado à Polícia Federal, segundo a
qual, após diligência policial na
casa de sua ex-mulher a delegada
federal Sonia Rocha Mattos, em
Brasília, teria sido furtado um notebook de propriedade da Justiça
Federal, equipamento fornecido
para uso pessoal do juiz e que Rocha Mattos teria emprestado a
uma de suas filhas.
Sua defensora, Daniela Regina
Pellin, disse que não tem informações sobre essas acusações. "Eu
não estou a par. O juiz ainda não
foi notificado. Não sei do que se
trata, as denúncias não chegaram
ao nosso conhecimento."
Texto Anterior: Regime militar: Peritos iniciam busca por ossadas Próximo Texto: Panorâmica - Questão indígena: Ministro defende povoar áreas nas fronteiras Índice
|