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PT NO DIVÃ
Aprovada pela Executiva, decisão ainda depende de Diretório Nacional
PT abranda castigo e propõe suspensão de 1 ano a Virgílio
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
A Executiva Nacional do PT decidiu ontem propor a suspensão
de um ano ao deputado federal
Virgílio Guimarães (MG). Para
que passe a valer, a decisão terá de
ser referendada pelo Diretório
Nacional, que se reunirá nos dias
7 e 8 de maio.
O castigo a Virgílio foi aprovado
por 14 membros da Executiva.
Dois petistas propuseram a expulsão e outros dois se abstiveram. Delúbio Soares deixou a reunião antes da votação e Marta Suplicy e Jorge Almeida não compareceram.
A Executiva considerou "grave
a conduta adotada pelo deputado" ao se lançar candidato à presidência da Câmara, de forma independente, contrariando decisão
da bancada petista, que optara
por Luiz Eduardo Greenhalgh.
Com a decisão, Virgílio ficará
impedido de votar ou ser votado
no partido e não representará a legenda em comissões.
Porém a suspensão por um ano
não o impossibilita de se candidatar a um cargo eletivo no ano que
vem. Isso porque, para ser candidato, ele precisa ser aprovado por
convenção partidária, que ocorre
em junho, quando o efeito da suspensão já terá cessado.
A punição de ontem foi mais
branda do que o próprio Virgílio
esperava, como admitiu Romênio
Pereira (MG), da mesma corrente
interna do deputado federal. O secretário-geral do PT, Silvio Pereira, era favorável a uma punição
mais severa, de um ano e meio a
dois. A ala mais à esquerda defendia a expulsão.
Oficialmente, a Executiva argumenta que o castigo levou em
consideração a trajetória política
de Virgílio, que é fundador do
partido e já foi candidato a prefeito e a governador.
Pesou para uma punição mais
branda, entretanto, o fato de Virgílio ter uma representatividade
muito grande em Minas Gerais.
Além disso, a maior prefeitura administrada pelo partido atualmente é Belo Horizonte. Uma expulsão causaria o rompimento
com uma base grande do partido
no Estado.
Em 2003, o PT expulsou a senadora Heloisa Helena (AL) e mais
três deputados que votaram contra a reforma da Previdência. O
presidente nacional do PT, José
Genoino, disse que "a situação era
diferente porque o partido passou
um ano buscando a repactuação
com ela e os deputados".
Anteontem, a Executiva do PT
em Minas reuniu-se com Genoino e fez um apelo para que a decisão não causasse mais traumas ao
partido. À noite, o ex-presidente
da Câmara João Paulo Cunha
(SP) conversou com Pereira e lhe
pediu que a decisão não provocasse uma ruptura com Virgílio.
O líder do governo na Câmara,
Professor Luizinho, o líder do PT
na Câmara, Paulo Rocha (PA), e o
deputado federal Devanir Ribeiro
(SP) também intercederam por
Virgílio. Ontem, o líder do partido no Senado, Delcídio Amaral
(MS), tomou café da manhã com
Pereira e faz o mesmo apelo.
"A suspensão por um ano e
meio poderia parecer uma expulsão camuflada e, por isso, a Executiva decidiu pela suspensão por
um ano", disse Pereira.
"O PT não quer romper integralmente as relações com ele,
mas ele tem de dizer que tipo de
relação quer ter com o partido",
disse Genoino, que lamentou o fato de Virgílio não ter comparecido à reunião da Executiva, embora tenha sido convidado.
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