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Governo estuda dar reajuste linear
de 1% a servidor e ampliar benefícios
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo deve anunciar na semana que vem o reajuste dos servidores públicos retroativo a janeiro. O ministro Guido Mantega
(Planejamento) pretende submeter ao presidente Luís Inácio Lula
da Silva uma solução que beneficie mais os servidores que não tiveram aumentos diferenciados
nos últimos anos.
A Folha apurou que o ministério ainda analisa a viabilidade jurídica das alternativas planejadas.
Isso porque a legislação diz que o
governo deve fazer um reajuste
geral dos salários em janeiro, descontando os aumentos já obtidos
por determinadas categorias.
O Orçamento deste ano tem recursos para um reajuste de 4%,
descontando os aumentos antigos, ou 2,35% linear. Está previsto
R$ 1,1 bilhão para a recomposição
de salários. Nos últimos dias, o
ministério esteve estudando a
possibilidade de oferecer um reajuste linear menor, de apenas 1%.
Com o dinheiro restante seriam
ampliados os benefícios dos servidores que ganham menos. Uma
das alternativas é o aumento do
auxílio-alimentação, que hoje é de
R$ 102 por mês.
O governo anterior vinha adotando uma política de reajustes
salariais diferenciados para favorecer as chamadas "carreiras de
Estado", como auditores da Receita Federal, diplomatas, agentes
da Polícia Federal, entre outros. O
argumento era o de que esses salários estavam muito defasados em
relação ao mesmo serviço na iniciativa privada.
Já os servidores que têm menos
qualificação profissional estariam
ganhando mais do que o mesmo
trabalhador no setor privado.
A obrigação de o governo conceder um reajuste linear foi determinada pelo Supremo Tribunal
Federal no final de 2001. Em 2002,
foi dado um reajuste de 3,5%.
O governo vem encontrando dificuldades para aumentar os recursos destinados ao reajuste deste ano porque, em fevereiro, refeitas as contas do Orçamento, foi
verificado que faltava R$ 1,9 bilhão para pagar pessoal.
A despesa surgiu de aumentos
diferenciados dados pelo Judiciário e pelo Executivo no segundo
semestre de 2002. O rombo foi um
dos motivos para o corte de despesas anunciado em fevereiro.
Para este ano, estão previstos
gastos de R$ 78,5 bilhões com o
funcionalismo público: R$ 64,4
bilhões no Executivo, R$ 11,3 bilhões no Judiciário e R$ 3,1 bilhões no Legislativo.
O reajuste a ser anunciado beneficiará os funcionários de todos
os Poderes, cerca de 1,1 milhão,
menos os militares, que têm revisão salarial separada.
Os servidores públicos prometem fazer paralisações na próxima terça-feira por causa da intenção do governo de aprovar o projeto de lei complementar que cria
fundos complementares de pensão para os novos funcionários
públicos, o PL-9. Mas já avisaram
que também vão cobrar do governo uma posição sobre o reajuste.
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