São Paulo, segunda-feira, 05 de abril de 2004

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Governo fará corpo-a-corpo com servidores para evitar paralisação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Para tentar esvaziar a greve geral marcada para o dia 18, o governo vai iniciar um corpo-a-corpo com os servidores federais. Cartas com o índice de reajuste definido na semana passada por categoria deverão ser enviadas.
A Folha apurou que a idéia é mostrar a cada servidor da ativa quanto ele vai ganhar com a proposta do governo. Os reajustes estão entre 10,79% e 29,38%, superiores à inflação de 9,3% de 2003 (medida pelo IPCA) e atingem os servidores que ganham menos. Os aposentados terão percentuais menores porque não recebem todas as gratificações elevadas.
A campanha deve começar nesta semana, com boletins internos e envio de informativos. Também poderá haver ação na mídia.
Hoje o governo deve definir de quanto será a suplementação orçamentária para melhorar o reajuste dos aposentados. Os sindicatos querem ajuste igual ao dos ativos. A Folha apurou que a isonomia custaria mais de R$ 1 bilhão/ano e está fora de cogitação. Os reajustes diferenciados para 900 mil servidores devem consumir R$ 1,5 bilhão.
O governo quer agir porque sabe que os servidores devem optar por greve na plenária no dia 18.
Em nota, a CNESF (Coordenação Nacional das Entidades dos Servidores Federais) rejeita reajustes diferenciados para aposentados. Lembra que a partir de maio os inativos descontarão 11% para a Previdência.
Os servidores marcaram para o dia 14 greve de 24 horas, chamada Dia da Resposta. Eles comparam a política de Lula à de FHC, com aumento nas gratificações, o que gera distorções nas carreiras. O governo promete finalizar uma política salarial permanente até o final do semestre. A CNESF pede reajuste emergencial de 50,19% e a recomposição de perdas desde 95, o que daria 127,3%. (SM)


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