DA AGÊNCIA FOLHA

O líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em Pernambuco, Jaime Amorim, anunciou mais invasões de terra no Estado para esta semana e disse que a medida provisória antiinvasão "está totalmente desmoralizada".
Ele se referia à MP editada em 2000, durante o governo FHC, que proíbe por dois anos avaliações e vistorias em terras invadidas e exclui do programa de reforma agrária os assentados que participarem de invasões.
"Não existe por que o governo manter essa medida provisória", afirmou Amorim, dizendo em seguida que não queria fazer mais comentários sobre ela. Além das novas invasões nesta semana -ainda não definidas-, Amorim afirmou que no próximo dia 13 será invadida a usina Aliança, no município de Aliança (a 94 km de Recife), e que, de lá, o movimento realizará uma caminhada até a capital do Estado.
Para o superintendente do Incra de Recife, João Farias, a estratégia de invasões do MST pode prejudicar a reforma agrária no Estado. "Com essa atitude, o MST acaba salvando o latifúndio do processo de desapropriação do Incra, já que por dois anos a gente não poderá vistoriar as áreas ocupadas", afirmou Farias.
Segundo ele, a meta do Incra de assentar 6.800 famílias neste ano em Pernambuco pode ficar ameaçada por falta de área disponível para isso. "Para assentar de acordo com a meta estabelecida, eu precisaria de 500 áreas. Mas cada área que o MST identifica como improdutiva e ocupa fica inviabilizada", afirmou o superintendente. (VICTOR RAMOS)


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