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Projeto de lei por ética na TV não restringe cenas entre homossexuais
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O projeto de lei da Câmara que
tem o objetivo de acabar com a
suposta "baixaria" na televisão
institui um código de ética que inviabilizaria boa parte da atual
programação televisiva e que prevê, ao infrator, punições que incluem multa, suspensão da programação e, em último caso, recomendação ao Executivo para cassação da concessão da emissora.
Esse foi o único projeto que a secretaria da Mesa disse ter encontrado sobre o estabelecimento de
regras para a programação de TV.
O código possui 11 páginas e 54
artigos recheados de restrições
que, segundo seu autor, o deputado Orlando Fantazzini (PT-SP),
têm o objetivo de "instituir um regramento básico capaz de orientar a programação televisiva brasileira, assegurando um mecanismo eficaz de controle social".
Ao contrário do que dá a entender o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), não há
entre as restrições uma que limite
cenas não-explícitas de homossexualismo. O artigo 19 diz que a
programação "não incitará a homofobia e deve afirmar um compromisso com uma cultura que
reconheça o direito à livre expressão das orientações sexuais".
O projeto de lei, apresentado em
julho de 2003, tem parecer favorável na comissão de Seguridade
Social e Família, mas pode ir direto para votação em plenário caso
seja aprovada a tramitação em regime de urgência.
Criando os chamados "horário
familiar" (5h às 21h) e "horário
adulto" (21h às 5h), o projeto direciona algumas das principais restrições à programação infantil.
Em primeiro lugar, não serão permitidas propagandas de produtos
infantis durante a programação
para as crianças; elas só seriam liberadas no "horário adulto".
A maioria dos atuais desenhos
animados da televisão aberta e
paga também não resistirá ao código, já que os desenhos veiculados não poderiam transmitir a
idéia de que a violência não machuca ou não produz conseqüências ao agressor.
As transgressões ao código de
ética serão avaliadas por uma "comissão nacional pela ética na
TV", que será formada por psicólogos, pedagogos, advogados, representantes do governo, das TVs
e de organizações não-governamentais. É esse conselho que decidirá pelas punições.
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