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Em dia tenso, Lula e Dilma evitam eventos
LETÍCIA SANDER
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Num dia tenso, com novas evidências a respeito
da confecção e do vazamento de trechos do dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e
a ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil) cancelaram
compromissos públicos,
desistiram de viagens e decidiram ficar em Brasília.
Sem a conclusão da sindicância aberta para apurar o caso, o clima na Casa
Civil era de constrangimento generalizado.
Para a cúpula do governo, a hipótese mais provável para o vazamento é que
alguém de fora da equipe
de seis pessoas envolvidas
na digitação tenha obtido
as informações.
Dilma e Lula tiveram
reunião no início da manhã, quando discutiram o
teor de reportagem da Folha mostrando que o dossiê anti-FHC saiu pronto
do Palácio do Planalto.
O silêncio do governo
durou até o final da tarde.
Na recepção ao presidente
da Guatemala, Álvaro Colom, Lula falou da vitória
do Corinthians na véspera, mas não respondeu a
perguntas dos jornalistas.
Às 17h, Dilma deu uma
entrevista, negando, mais
uma vez, que o governo tenha feito o dossiê para
constranger adversários.
Segundo a Folha apurou, Dilma consultou Lula
sobre a conveniência de
uma entrevista. Disse que
se sentia segura e que era
inocente. Ele aprovou.
Ao final do dia, o presidente e auxiliares avaliaram que a ministra se saiu
bem, apesar de colegas de
governo julgarem que exagerou em detalhes de menor importância.
Dilma era esperada ontem em eventos em Niterói (RJ) e no Rio. Não foi e
optou por despachar do
Palácio do Planalto, segundo sua assessoria, devido a uma gripe.
Lula viajaria às 15h para
o Guarujá, onde anunciaria, ao lado da ministra
Marta Suplicy (Turismo)
benefícios para o turismo
na terceira idade. Desistiu
pela manhã, segundo sua
assessoria, devido ao mau
tempo - ele chegaria de
helicóptero ao evento, segundo disseram. Em almoço no Itamaraty, Lula
fez brincadeiras habituais,
demonstrando bom humor. No discurso, disse
ser muito mais difícil governar do que discursar no
palanque, em campanha.
Dilma foi incisiva na entrevista, mas deixou transparecer nervosismo. Gaguejou e foi repetitiva em
algumas respostas. Foi auxiliada por assessores presidenciais, que encerraram a entrevista.
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