São Paulo, sábado, 05 de abril de 2008

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Em dia tenso, Lula e Dilma evitam eventos

LETÍCIA SANDER
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Num dia tenso, com novas evidências a respeito da confecção e do vazamento de trechos do dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) cancelaram compromissos públicos, desistiram de viagens e decidiram ficar em Brasília.
Sem a conclusão da sindicância aberta para apurar o caso, o clima na Casa Civil era de constrangimento generalizado.
Para a cúpula do governo, a hipótese mais provável para o vazamento é que alguém de fora da equipe de seis pessoas envolvidas na digitação tenha obtido as informações.
Dilma e Lula tiveram reunião no início da manhã, quando discutiram o teor de reportagem da Folha mostrando que o dossiê anti-FHC saiu pronto do Palácio do Planalto.
O silêncio do governo durou até o final da tarde. Na recepção ao presidente da Guatemala, Álvaro Colom, Lula falou da vitória do Corinthians na véspera, mas não respondeu a perguntas dos jornalistas.
Às 17h, Dilma deu uma entrevista, negando, mais uma vez, que o governo tenha feito o dossiê para constranger adversários.
Segundo a Folha apurou, Dilma consultou Lula sobre a conveniência de uma entrevista. Disse que se sentia segura e que era inocente. Ele aprovou.
Ao final do dia, o presidente e auxiliares avaliaram que a ministra se saiu bem, apesar de colegas de governo julgarem que exagerou em detalhes de menor importância.
Dilma era esperada ontem em eventos em Niterói (RJ) e no Rio. Não foi e optou por despachar do Palácio do Planalto, segundo sua assessoria, devido a uma gripe.
Lula viajaria às 15h para o Guarujá, onde anunciaria, ao lado da ministra Marta Suplicy (Turismo) benefícios para o turismo na terceira idade. Desistiu pela manhã, segundo sua assessoria, devido ao mau tempo - ele chegaria de helicóptero ao evento, segundo disseram. Em almoço no Itamaraty, Lula fez brincadeiras habituais, demonstrando bom humor. No discurso, disse ser muito mais difícil governar do que discursar no palanque, em campanha.
Dilma foi incisiva na entrevista, mas deixou transparecer nervosismo. Gaguejou e foi repetitiva em algumas respostas. Foi auxiliada por assessores presidenciais, que encerraram a entrevista.


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