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Instituto subordinado à Casa Civil vai auditar computadores
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Onze dias após criar uma comissão de sindicância para
apurar o vazamento de dados
do Planalto, a ministra Dilma
Rousseff disse que um outro órgão -o ITI (Instituto Nacional
de Tecnologia da Informação)- entrou ontem nas investigações. Tanto a comissão de
sindicância como o ITI são subordinados à Casa Civil.
Durante a entrevista coletiva
de ontem, a própria ministra
reconheceu que o instituto é
vinculado à Casa Civil ao afastar a possibilidade de a Polícia
Federal fazer perícia nos computadores do Planalto. "Não será a PF que vai auditar", disse.
Cinco computadores usados
na montagem do dossiê foram
tirados do uso ontem para que
sejam analisados pelo ITI.
Mais de uma vez, a ministra
disse que o objetivo é investigar
o vazamento das informações
do Planalto. Ou seja, não é
preocupação do governo apurar o conteúdo das informações
lançadas na base de dados da
Casa Civil e se seu viés claramente político teria sido resultado de suposta montagem.
O ITI é o responsável pela
promoção e execução de políticas voltadas ao desenvolvimento tecnológico. O diretor-presidente da autarquia é o técnico
Renato da Silveira Martini.
A comissão de sindicância
criada por portaria de Dilma no
dia 24, com prazo de um mês
para apresentar conclusões, é
integrada por um funcionário
da CGU (Controladoria Geral
da União), outro da AGU (Advocacia Geral da União) e um
terceiro da Casa Civil.
A comissão se reporta à secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, que se responsabilizou por mandar criar
a base de dados com gastos do
governo FHC em fevereiro,
quando o Congresso se preparava para investigar gastos do
governo Lula com cartões.
Desde o início da crise do
dossiê, o governo resiste à possibilidade de a PF participar
das investigações. Na semana
passada, a hipótese foi descartada pelo ministro Tarso Genro
(Justiça) a pretexto de o caso
não ser criminal, mas político.
Ontem, ele admitiu analisar a
possibilidade desde que haja
convocação por parte de autoridade. Os partidos de oposição
já pediram a abertura de inquérito no Ministério Público.
Apesar de insistir na versão
de que as planilhas a que a Folha teve acesso foram montadas a partir da base de dados do
Planalto, a Casa Civil não cogita
uma perícia que pudesse recuperar o histórico dos lançamentos de dados de despesas.
Dilma disse que uma das colunas da planilha não consta da
base da Casa Civil. "Estou afirmando que todos os elementos
que obtive mostram que essa
coluna "observações" não existe
na nossa base de dados."
A Folha apurou que os relatórios foram produzidos nesse
formato desde 11 de fevereiro.
(MARTA SALOMON E EDUARDO SCOLESE)
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