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Sem-terra desocupam prédios públicos
da Agência Folha
da Reportagem Local
Os integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra) que invadiram, na última terça-feira, representações
do Ministério da Fazenda nas capitais, começaram a sair dos prédios ontem.
O MST desocupou as representações em Recife (PE), Maceió
(AL), João Pessoa (PB), Porto
Velho (RO), Campo Grande
(MS) e Teresina (PI).
As invasões prosseguiam apenas em Belo Horizonte (MG),
Porto Alegre (RS), Cuiabá (MT) e
Aracaju (SE).
No Rio Grande do Sul, os sem-terra permanecem acampados
nos prédios do Incra e do Ministério da Fazenda, no centro de
Porto Alegre.
Os coordenadores do movimento gaúcho informaram que
não receberam nenhuma orientação para promover a desocupação, mas há uma liminar da Justiça Federal que determina a reintegração de posse dos prédios.
"Essa questão não é policial: é
social", declarou José Hermeto
Hossmann, secretário estadual
da Agricultura, referindo-se ao
fato da polícia gaúcha não estar
reprimindo o movimento.
Desrespeitando liminares da
Justiça Federal, os sem-terra de
Mato Grosso permanecem nas
sedes da Receita Federal e do Incra em Cuiabá.
Ontem pela manhã, as lideranças locais do MST tentaram se
reunir com o governador Dante
de Oliveira, mas não foram recebidas.
A polícia ainda não foi convocada, mas acompanha o manifestação de perto. Os coordenadores
do movimento afirmam que não
receberam nenhum comunicado
para deixar o prédio.
Em Minas Gerais, os 350 sem-terra que invadiram na terça-feira a Receita Federal no centro de
Belo Horizonte mantiveram ontem invadido o saguão do andar
térreo do prédio, amparados por
uma liminar concedida pela 7ª
Vara da Justiça Federal em Minas. O prazo para eles deixarem o
local termina às 6h de hoje.
Na manhã de ontem, 60 famílias sem-terra ligadas à Fetaemg
(Federação dos Trabalhadores na
Agricultura do Estado de Minas
Gerais) acamparam em frente ao
prédio do Incra, na capital mineira.
Em Sergipe, os sem-terra permanecem ocupando o prédio do
Incra em Aracaju. Cerca de 200
manifestantes -800 segundo o
MST- bloquearam a rodovia
Juscelino Kubitschek, no extremo norte do Estado, que liga o
município de Canindé de São
Francisco (SE) ao município de
Paulo Afonso (BA).
De acordo com a PM, o protesto foi pacífico e não houve prejuízo para o tráfego.
Em São Paulo, 15 sem-terra
permanecem presos no Complexo Penitenciário do Carandiru
(zona norte da capital).
Advogados do MST estão reunindo documentos como atestado de domicílio e de antecedentes
criminais.
A intenção é provar que os sem-terra presos não representam risco à sociedade e que, portanto,
podem ser soltos mediante fiança. Ainda não há previsão para
que os documentos sejam apresentados.
Cerca de 650 outros integrantes
do movimento estão alojados em
uma igreja no bairro da Barra
Funda (zona oeste) e prometem
fazer manifestações nos próximos dias para pressionar pela libertação de seus colegas.
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