São Paulo, sexta-feira, 05 de maio de 2000


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No RJ, sem-terra se une a servidor

da Sucursal do Rio

Militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) que estão acampados desde terça-feira no saguão do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no centro do Rio, participaram ontem de um ato de protesto dos servidores públicos federais na sede regional do Ministério da Fazenda, a cinco quadras de distância.
O ato promovido pelo Sintrasef-RJ (Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Rio), que reuniu cerca de 250 pessoas entre servidores, sindicalistas, representantes de partidos, líderes estudantis e sem-terra, fez parte da paralisação de 24 horas convocada pelo sindicato.
Segundo Roberto Xavier, diretor do Sintrasef-RJ, no fim-de-semana haverá uma reunião da categoria em Brasília, quando será decidido se os servidores irão parar por tempo indeterminado a partir de quarta-feira.
Os servidores também querem o fim da terceirização do serviço público. De acordo com Xavier, mais de 55% dos funcionários do Ministério da Fazenda no Rio são terceirizados.
No final da manifestação, a escadaria do Ministério da Fazenda foi lavada com água-de-cheiro, detergente e pétalas de rosas brancas.
"Água-de-cheiro para dar perfume, detergente para tirar a sujeira grossa e pétalas de rosas para purificar o ambiente", disse Almério Belém, da executiva da CUT (Central Única dos Trabalhadores) do Rio.
Ao fim da manifestação, uma passeata foi do Ministério da Fazenda até a sede do BNDES, onde estão os sem-terra.
Na rua da Assembléia, o grupo parou em frente ao Banestado (Banco do Estado do Paraná) e lembrou a morte de um sem-terra na quarta-feira, no Paraná.
Na sede do BNDES, os servidores e sem-terra gritaram palavras de ordem contra o governo.
Depois, uma parte dos manifestantes seguiu para a Reduc (Refinaria de Duque de Caxias), na Baixada Fluminense, para dar apoio ao movimento de greve dos caminhoneiros.
A Polícia Federal, encarregada de vigiar os sem-terra que estão no BNDES, informou ontem que não haverá qualquer ato de retirada dos manifestantes à força sem ordem judicial.


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