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São Paulo, segunda-feira, 05 de maio de 2003

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Invasões vão continuar, diz líder dos sem-terra

DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

DA AGÊNCIA FOLHA

João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), ironizou o "esforço" dos ruralistas para defenderem suas propriedades.
Rodrigues disse que os fazendeiros irão "se armar e gastar dinheiro à toa, mas as invasões, onde as coordenações regionais decidirem, irão acontecer".
De acordo com Rodrigues, a palavra de ordem do movimento para a primeira quinzena de maio é "ir para o latifúndio".
"Agora, de qual forma os companheiros de cada região irão para os latifúndios e quais as estratégias de luta de como fazer isso, vai depender da realidade de cada região", afirmou.
Rodrigues, líder mais visível hoje do MST, declarou que, mesmo com todo o aparato defensivo dos ruralistas, o movimento irá "entrar em um ou dois latifúndios em cada Estado, dependendo das necessidades dos companheiros".
No Estado do Paraná, por exemplo, o alvo do movimento sem-terra já está decidido: serão 40 mil hectares do grupo Giacometti/Marodin (madeireira Araupel), localizado no centro-sul do Estado. A área do grupo madeireiro abrange, no total, quatro municípios da região.

Estratégia
Elimar Cezimbra, da coordenação do MST em Laranjeiras do Sul, disse que a invasão, no início de abril, da fazenda Solidor, fez parte da estratégia de se aproximar da área da madeireira.
"Além do caráter simbólico da reocupação da Solidor [área em Espigão Alto do Iguaçu, que de 1986 a 2000 foi assentamento sem-terra e depois devolvido para seu proprietário pela Justiça do Paraná", é evidente que a área é estratégica como base para ocuparmos o latifúndio por extensão da Araupel", afirmou o coordenador do MST.
(JM E EDS)


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