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Governo do Pará faz revista e não distribui
Ana Júlia Carepa (PT) desiste de distribuir 100 mil exemplares impressos de peça publicitária que traz balanço de sua gestão
Petista cancela material, que custou R$ 220 mil, após ter constatado erros de
português, de digitação, além de falhas gráficas
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
A governadora do Pará, Ana
Júlia Carepa (PT), mandou
cancelar a distribuição de 100
mil exemplares de uma revista
cuja produção foi orçada em R$
220 mil aos cofres públicos, por
conter erros de português e digitação, além de falhas gráficas.
A revista, cujo título é "113
Dias de Governo: A Passos Firmes Construindo o Pará de Todos", tem 16 páginas em papel
cuchê colorido e foi produzida
para divulgar os 113 dias de gestão e a situação em que a administração encontrou o Estado.
O cancelamento da distribuição da peça publicitária ocorreu em 23 de abril, pouco antes
de uma entrevista coletiva da
governadora. Segundo a nota
de convocação para o evento,
Carepa faria um balanço do governo e entregaria aos jornalistas a revista elaborada pela
equipe do chefe da Coordenadoria de Comunicação Social,
Fábio Fonseca de Castro.
Segundo a Folha apurou, faltando apenas três horas para a
entrevista, a governadora foi
alertada pela Procuradoria do
Estado sobre a existência dos
erros contidos na revista.
Entre os erros, há frases
truncadas, palavras com erros
de digitação ou de português e
repetição de informações.
Das doze páginas internas
com conteúdo, cinco foram
usadas para criticar o governo
do tucano Simão Jatene (2003-2006), que antecedeu Carepa
no governo, com títulos como
"Dívidas e inadimplência comprometiam gestão", "Rede de
ensino com escolas precárias"
entre outros.
Ações da administração
Nas outras sete páginas, são
relatadas ações da administração Carepa, algumas ainda promessas de campanha, como o
"desenvolvimento sustentável
da Amazônia".
A revista não traz o nome
nem o registro dos jornalistas
responsáveis pela publicação.
O cancelamento da distribuição das revistas foi divulgado
em manifesto lançado na última terça-feira, assinado pelo
"Coletivo de Trabalhadores da
Área de Comunicação Filiados
e/ou Simpatizantes do PT". O
documento faz críticas a mudanças ocorridas na Comunicação Social do governo. Pelo
menos 13 jornalistas ligados ao
PT que trabalhavam no setor
foram exonerados em abril.
Outro lado
O governo do Pará, em nota
assinada pelo chefe da Coordenadoria de Comunicação Social, Fábio Fonseca de Castro,
informou que foram impressos
6.850 exemplares de uma versão preliminar da publicação,
por equívoco da agência de publicidade responsável pela peça, e que o governo não pagou
pelo material.
Fonseca de Castro afirmou
que o pagamento dos custos pela agência em caso de erro estava previsto em contrato. Castro
não informou o nome da agência e da gráfica contratados para produzir a revista.
O ex-governador do Pará Simão Jatene (PSDB) não se manifestou sobre as críticas à sua
administração que foram incluídas na publicação.
Colaborou SÍLVIA FREIRE, da Agência Folha
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