São Paulo, sábado, 05 de maio de 2007

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Governo do Pará faz revista e não distribui

Ana Júlia Carepa (PT) desiste de distribuir 100 mil exemplares impressos de peça publicitária que traz balanço de sua gestão

Petista cancela material, que custou R$ 220 mil, após ter constatado erros de português, de digitação, além de falhas gráficas


KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

A governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), mandou cancelar a distribuição de 100 mil exemplares de uma revista cuja produção foi orçada em R$ 220 mil aos cofres públicos, por conter erros de português e digitação, além de falhas gráficas.
A revista, cujo título é "113 Dias de Governo: A Passos Firmes Construindo o Pará de Todos", tem 16 páginas em papel cuchê colorido e foi produzida para divulgar os 113 dias de gestão e a situação em que a administração encontrou o Estado.
O cancelamento da distribuição da peça publicitária ocorreu em 23 de abril, pouco antes de uma entrevista coletiva da governadora. Segundo a nota de convocação para o evento, Carepa faria um balanço do governo e entregaria aos jornalistas a revista elaborada pela equipe do chefe da Coordenadoria de Comunicação Social, Fábio Fonseca de Castro.
Segundo a Folha apurou, faltando apenas três horas para a entrevista, a governadora foi alertada pela Procuradoria do Estado sobre a existência dos erros contidos na revista.
Entre os erros, há frases truncadas, palavras com erros de digitação ou de português e repetição de informações. Das doze páginas internas com conteúdo, cinco foram usadas para criticar o governo do tucano Simão Jatene (2003-2006), que antecedeu Carepa no governo, com títulos como "Dívidas e inadimplência comprometiam gestão", "Rede de ensino com escolas precárias" entre outros.

Ações da administração
Nas outras sete páginas, são relatadas ações da administração Carepa, algumas ainda promessas de campanha, como o "desenvolvimento sustentável da Amazônia".
A revista não traz o nome nem o registro dos jornalistas responsáveis pela publicação. O cancelamento da distribuição das revistas foi divulgado em manifesto lançado na última terça-feira, assinado pelo "Coletivo de Trabalhadores da Área de Comunicação Filiados e/ou Simpatizantes do PT". O documento faz críticas a mudanças ocorridas na Comunicação Social do governo. Pelo menos 13 jornalistas ligados ao PT que trabalhavam no setor foram exonerados em abril.

Outro lado
O governo do Pará, em nota assinada pelo chefe da Coordenadoria de Comunicação Social, Fábio Fonseca de Castro, informou que foram impressos 6.850 exemplares de uma versão preliminar da publicação, por equívoco da agência de publicidade responsável pela peça, e que o governo não pagou pelo material.
Fonseca de Castro afirmou que o pagamento dos custos pela agência em caso de erro estava previsto em contrato. Castro não informou o nome da agência e da gráfica contratados para produzir a revista.
O ex-governador do Pará Simão Jatene (PSDB) não se manifestou sobre as críticas à sua administração que foram incluídas na publicação.


Colaborou SÍLVIA FREIRE, da Agência Folha

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