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São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2003

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PAINEL

Atração principal
José Alencar pretende usar parte do programa de TV e rádio do PL, a ser exibido no próximo dia 19, para falar sobre a política econômica de Lula. Desde ontem, porém, o Planalto e alguns deputados do PL tentam convencê-lo a não criticar o governo em cadeia nacional.

Lenha na fogueira
Alencar se reunirá com governadores do NE na festa de São João de Campina Grande (PB), dia 23. Sofrendo com a queda na arrecadação estadual, eles também têm reclamado dos juros.

Gabinete mais gordo
A Câmara aprovou anteontem, em votação simbólica, projeto que regulamenta o aumento da verba de gabinete dos deputados de R$ 25 mil para R$ 35 mil. O acréscimo fora concedido em março pela Mesa, mas acabou derrubado na Justiça.

Pauta preferencial
A Justiça considerou que o aumento da verba de gabinete tinha de ser referendado pelo plenário. Anteontem, em menos de uma hora, a Câmara votou a urgência da proposta, fez o relatório regimental e a aprovou.

Aluga-se
Indicado pela bancada do PT-MG para a superintendência da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) no Estado, Paulo Guedes soube que perdera o cargo horas antes de tomar posse. O Planalto optou por um apadrinhado do PMDB.

Sem discussão
Deputados do PT-MG procuraram José Dirceu (Casa Civil) a fim de tentar reverter a nomeação do apadrinhado do PMDB para a Codevasf. Ouviram um sonoro não do ministro.

Pelo binóculo
Cinco ministros de Lula, que prometeu "interiorizar o governo", estavam ontem no exterior: Miguel Rossetto, Tarso Genro, Luiz Furlan, Roberto Rodrigues e Gilberto Gil. Sem contar Henrique Meirelles, do BC.

Lei anti-radical
Parlamentares do "baixo clero" começaram a se movimentar contra o que chamam de "golpe das cúpulas partidárias na reforma política". Com a desculpa de fortalecer as siglas, prepara-se na Câmara mudança na lei pela qual a eleição para deputado será feita por meio de listas.

Controle absoluto
Caso o projeto seja aprovado, não se votará mais em um candidato, mas na legenda. Cada partido elegerá um número de deputados proporcional aos votos que recebeu, privilegiando o topo da lista. Ou seja, quem não for afinado com os caciques...

De cima para baixo
Marcos de Jesus (PL) distribuiu panfletos na Câmara contra o voto por lista. Diz que só interessa a "caciques como José Dirceu e Bornhausen". Segundo Wagner Rubinelli (PT), a proposta "aumenta o poder das cúpulas, evita a renovação parlamentar e estimula a corrupção".

Questão de gênero
Quarenta e seis parlamentares da bancada feminina assinaram ofício endereçado a Lula no qual defendem o nome de Ela Wiecko de Castilho para a Procuradoria Geral da República.

Setor prioritário
A sede da PF não tinha nenhuma máquina de xerox funcionando ontem. A equipe de manutenção fazia uma "operação tartaruga" em represália ao atraso nos pagamentos.

Novo cargo
Fernando Haddad, ex-chefe de gabinete de João Sayad na Secretaria de Finanças da prefeitura paulistana, foi nomeado para a assessoria especial de Guido Mantega (Planejamento).

Visita à Folha
Daniel Mandelli Martin, presidente da TAM, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Mauro Guimarães, diretor corporativo e de comunicação, e de Maristela Mafei, sócia-diretora da Máquina da Notícia.

TIROTEIO

De José Aníbal (SP), presidente do PSDB, sobre a defesa de Lula às reformas:
- Combatê-las raivosamente foi fundamental para sua chegada ao poder. Agora, implementá-las de qualquer modo é a razão de ser de seu governo.

CONTRAPONTO

Consciência tranquila

Na semana passada, os ministros José Dirceu (Casa Civil) e Ciro Gomes (Integração Nacional) participaram, em Aracaju, de uma reunião com os governadores do NE e o de Minas Gerais, na qual se discutiu o apoio às reformas enviadas por Lula ao Congresso. O ponto mais polêmico foi o debate sobre a mudança nos tributos, pois Estados do NE temem perder dinheiro com o fim da guerra fiscal.
Nesse momento, Ciro pediu a palavra e afirmou que a guerra fiscal não é boa para nenhum Estado. E lembrou seus tempos de governador do Ceará:
- Nesse capítulo, falo com a convicção de quem iniciou isso. O Ceará foi o primeiro Estado a praticar a guerra fiscal.
O governador Paulo Souto (PFL-BA) aproveitou a deixa:
- Ainda bem que você assumiu a paternidade. Assim, não tenho nenhum remorso de continuar com a guerra fiscal.


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