São Paulo, Sábado, 05 de Junho de 1999
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PAINEL

Abacaxi institucional

O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB), reúne na terça de manhã o relator da reforma do Judiciário, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), e os sub-relatores do projeto. Tentarão encontrar uma saída negociada para o impasse em torno da extinção da Justiça do Trabalho.

Alternativa peemedebista

Temer proporá a manutenção de duas instâncias da Justiça do Trabalho nos Estados e a criação de um tribunal nacional com a função de unificar a jurisprudência sobre o assunto. Do relatório de Nunes Ferreira, mantém apenas as juntas de conciliação.

Duplo objetivo

Ao entrar na discussão da reforma do Judiciário, Temer investe na bandeira de promotor das reformas, com a qual quer deixar a presidência da Câmara. E o PMDB quer marcar diferenças com ACM (PFL), que defende o fim da Justiça do Trabalho.

Pressão corporativa

Pelo menos 15 funcionários da Justiça do Trabalho foram destacados para o lobby, no Congresso, contra a absorção de seus tribunais pela Justiça Federal. Temem pelos 30 mil empregos.

Interesses em choque

Pânico nas bancadas da Amazônia na Câmara: por pressão dos ambientalistas, não há um só centavo do Banco Mundial para o Banco da Terra destinado à região, que é a campeã de conflitos de posse e de uso da terra.

Embaixada petista

Suplicy (PT) transmitiu ontem em almoço com James Tobin, nos EUA, convite de FHC para que ele visite o Brasil. Tobin, Prêmio Nobel de Economia (1981), propõe tributar os movimentos internacionais de capital.

Triste consolo

Subiu a cotação do telefone celular digital entre as autoridades. Não que o aparelho seja imune aos grampos, mas porque a escuta sai mais cara e requer equipamento importado. Logo, presume-se, seria bem mais rara.

Agora vai

O PL vai entrar na briga para tirar o senador Luiz Estevão (PMDB-DF), suspeito na CPI do Judiciário, da relatoria da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Água por água

Um grupo de deputados estaduais paulistas pressiona o governo do Estado para a criação de uma agência sobre o uso múltiplo das águas. Teria entre suas funções regular a navegação fluvial com a privatização da Cesp.

De volta ao mercado

Depois de ter ficado nove meses fora da mídia, a Prefeitura de São Paulo prepara uma nova ofensiva publicitária, cujo início deve coincidir com o final da CPI da propina. Os acertos finais sobre mote e gastos devem ser feitos na semana que vem.

Sonho de Poliana

Celso Pitta, sem partido, tem pressa em tentar recuperar a sua imagem pública. Se quiser disputar a reeleição, ele precisa se filiar a alguma legenda até outubro. Hoje, com a popularidade em baixa, não teria cacife para conseguir uma sigla forte.

Costura por cima

No sonho dos caciques da Articulação, tendência majoritária, o PT teria a seguinte cara a partir de novembro: José Dirceu na presidência nacional, Professor Luizinho na estadual em SP e Ricardo Berzoini na seção paulistana. Os três são deputados.

Famoso quem?

O ex-governador Antônio Britto (PMDB) armou barraco em um spa paulista ao ser descoberto pela mídia gaúcha. Até proibiu que seu retrato fosse exibido na galeria de celebridades do hotel. Não precisava: foi informado de que não fora fotografado.

Sintoma do bem

O governador Mário Covas (PSDB-SP) tem comentado com amigos próximos cada sinal positivo de sua recuperação. Na semana passada, pela primeira vez desde que começou a quimioterapia contra o câncer, ele precisou fazer a barba.

TIROTEIO

De Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), sobre o senador Geraldo Melo (PSDB) ter criticado defesa, feita por Fernando Bezerra (PMDB), do governador Garibaldi Alves (PMDB), acusado de ter gasto dinheiro público em obras eleitoreiras:
- O senador Bezerra defende o governo do Rio Grande do Norte por uma questão de coerência e justiça. O resto é despeito e inveja do PSDB.

CONTRAPONTO

Ajuda que atrapalha
Há duas semanas, Geraldo Melo (PSDB-RN) subiu à tribuna do Senado e fez duras críticas ao governador do Rio Grande do Norte, Garibaldi Alves (PMDB).
Na quarta-feira passada, Fernando Bezerra (PMDB-RN), que é líder do governo, resolveu defender o governador do ataque desferido pelo tucano.
Antonio Carlos Magalhães retirava-se do plenário ao percebeu o potencial explosivo do debate, que acabou degenerando em previsível bate-boca.
Irritado, Melo ameaçava abandonar a base de apoio a FHC.
- Fazer as pazes entre o PSDB e o PMDB vai me dar um trabalho enorme - comentou o presidente do Senado.
Avisado no Planalto da confusão, Sérgio Machado (CE), líder do PSDB, atravessou a rua e entrou esbaforido no plenário para defender o tucano. Conhecendo o "prestígio" que Machado possui junto aos peemedebistas, ACM entregou os pontos:
- Xi, agora é que ferrou tudo!

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