São Paulo, sexta-feira, 05 de julho de 2002

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Governo espera evitar assassinatos na campanha eleitoral

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O julgamento do pedido de intervenção no Espírito Santo pode demorar, mas o que interessa ao Planalto é pressionar o governo e o Legislativo estaduais a fim de evitar que a campanha eleitoral descambe para a violência.
O governo federal e seus órgãos de inteligência e segurança consideram a situação capixaba fora de controle e avaliam que é real o risco de assassinatos políticos: a corrupção e o crime organizado tomaram de assalto o Estado.
Candidato favorito ao governo e principal adversário do esquema que tomou conta do Espírito Santo, o senador Paulo Hartung (PSB) foi avisado por um ministro de Fernando Henrique Cardoso de que poderia levar um tiro de uma hora para outra.
O Planalto e o PSDB demoraram a perceber a gravidade da situação. Quando se convenceram de que a intervenção seria inevitável, manobraram para retardar o pedido: o governo queria aprovar o projeto que prorrogou a CPMF (imposto do cheque), mas a Constituição não pode ser emendada se um Estado estiver sob intervenção federal.
Escorraçado pelos tucanos, para manter-se no poder o governador José Ignácio Ferreira se associou ao presidente da Assembléia Legislativa, José Carlos Gratz. Indiciado pela CPI do Narcotráfico, Gratz é apontado pelo Ministério Público Federal como o chefe do crime organizado no Estado.
(RAYMUNDO COSTA)


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