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Governo espera evitar assassinatos na campanha eleitoral
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O julgamento do pedido de intervenção no Espírito Santo pode
demorar, mas o que interessa ao
Planalto é pressionar o governo e
o Legislativo estaduais a fim de
evitar que a campanha eleitoral
descambe para a violência.
O governo federal e seus órgãos
de inteligência e segurança consideram a situação capixaba fora de
controle e avaliam que é real o risco de assassinatos políticos: a corrupção e o crime organizado tomaram de assalto o Estado.
Candidato favorito ao governo e
principal adversário do esquema
que tomou conta do Espírito Santo, o senador Paulo Hartung
(PSB) foi avisado por um ministro de Fernando Henrique Cardoso de que poderia levar um tiro de
uma hora para outra.
O Planalto e o PSDB demoraram a perceber a gravidade da situação. Quando se convenceram
de que a intervenção seria inevitável, manobraram para retardar o
pedido: o governo queria aprovar
o projeto que prorrogou a CPMF
(imposto do cheque), mas a
Constituição não pode ser emendada se um Estado estiver sob intervenção federal.
Escorraçado pelos tucanos, para manter-se no poder o governador José Ignácio Ferreira se associou ao presidente da Assembléia
Legislativa, José Carlos Gratz. Indiciado pela CPI do Narcotráfico,
Gratz é apontado pelo Ministério
Público Federal como o chefe do
crime organizado no Estado.
(RAYMUNDO COSTA)
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