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Sem resistência, invasores desocupam canteiro de obras do rio São Francisco
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
Policiais federais e militares retiraram ontem do canteiro de obras da transposição
das águas do rio São Francisco, em Cabrobó (PE), os manifestantes que haviam invadido o local há nove dias para
protestar contra a execução
do projeto.
Apesar da promessa de resistência feita pelos líderes da
invasão, a operação policial,
determinada pela Justiça Federal, foi pacífica. As cerca de
500 pessoas que ainda permaneciam acampadas desmontaram seus barracos e
deixaram a área no final da
manhã de ontem.
Os manifestantes -índios,
sem-terra e integrantes de
movimentos sociais- recusaram a ajuda dos policiais, que
colocaram dois ônibus e um
caminhão à disposição para
transportar o grupo e seus
pertences.
Em dois veículos cedidos
por agricultores, eles se deslocaram para assentamento
do MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem
Terra) no município. Antes
de deixar a área, índios trucá,
que reivindicam a posse da
terra, dançaram com os corpos e rostos pintados.
Segundo o assessor da CPT
(Comissão Pastoral da Terra)
frei Gilvander Luís Moreira, a
saída do grupo não significa o
fim das mobilizações.
Os manifestantes, disse ele,
se reuniriam ainda ontem para decidir, em assembléia, novas ações. A estratégia é promover ações em seqüência
para estimular o apoio popular e, ao mesmo tempo, atrapalhar a execução do projeto.
Os policiais vão permanecer na área para observar a
movimentação até que o
Exército reassuma o controle. No momento, os militares
preparam a construção da
primeira barragem.
Na fazenda invadida, localizada às margens do São Francisco, o governo quer construir um canal para transportar água desviada do rio ao
sertão de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e
Ceará.
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