São Paulo, quinta-feira, 05 de julho de 2007

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Sem resistência, invasores desocupam canteiro de obras do rio São Francisco

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Policiais federais e militares retiraram ontem do canteiro de obras da transposição das águas do rio São Francisco, em Cabrobó (PE), os manifestantes que haviam invadido o local há nove dias para protestar contra a execução do projeto.
Apesar da promessa de resistência feita pelos líderes da invasão, a operação policial, determinada pela Justiça Federal, foi pacífica. As cerca de 500 pessoas que ainda permaneciam acampadas desmontaram seus barracos e deixaram a área no final da manhã de ontem.
Os manifestantes -índios, sem-terra e integrantes de movimentos sociais- recusaram a ajuda dos policiais, que colocaram dois ônibus e um caminhão à disposição para transportar o grupo e seus pertences.
Em dois veículos cedidos por agricultores, eles se deslocaram para assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no município. Antes de deixar a área, índios trucá, que reivindicam a posse da terra, dançaram com os corpos e rostos pintados.
Segundo o assessor da CPT (Comissão Pastoral da Terra) frei Gilvander Luís Moreira, a saída do grupo não significa o fim das mobilizações.
Os manifestantes, disse ele, se reuniriam ainda ontem para decidir, em assembléia, novas ações. A estratégia é promover ações em seqüência para estimular o apoio popular e, ao mesmo tempo, atrapalhar a execução do projeto.
Os policiais vão permanecer na área para observar a movimentação até que o Exército reassuma o controle. No momento, os militares preparam a construção da primeira barragem.
Na fazenda invadida, localizada às margens do São Francisco, o governo quer construir um canal para transportar água desviada do rio ao sertão de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.


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