DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Nos últimos 15 dias, a Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram duas operações contra a sonegação em frigoríficos. A Folha apurou que as ações devem continuar e que empresas envolvidas em transações declaradas pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL) podem ser os próximos alvos.
Empresas citadas pelo presidente do Senado já estariam sendo investigadas na Receita. A ação deve confrontar dados fiscais de Renan com as firmas citadas pelo próprio senador, como a Carnal Carnes, GF da Silva Costa, MW Ricardo da Rocha e a Stop Carnes.
Todas essas empresas são de pequeno porte, mas teriam negociado volumes que chegaram a R$ 429 mil com as fazendas de Renan. Tais operações foram usadas pelo senador para mostrar a origem do dinheiro usado para o pagamento de pensão à mãe de uma filha sua.
Ontem a PF cumpriu 25 mandados de busca e apreensão que envolveram 15 empresas e dez pessoas físicas no Pará, Maranhão, Piauí, Pernambuco e Paraíba. Nessa ação, a Justiça negou dez pedidos de prisão preventiva.
Ao todo, o esquema sonegou R$ 2,1 bilhões em cinco anos, segundo a Receita.
(FERNANDO NAKAGAWA)

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