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Painel
O valor da persuasão
Um grande banco "pediu" a
um deputado pepebista que tem
a língua afiada que diminuísse o
tom crítico em relação ao governo durante a campanha. Por incrível coincidência, a instituição
contribuiu generosamente para
sua eleição à Câmara em 94.
De olho na política
David Zylbersztajn não está
cuidando apenas da ANP (Agência Nacional do Petróleo). Tem
feito embaixadas políticas, como levar personalidades para
conversar com FHC em segredo.
Assumiu algumas funções que
eram de exclusividade de Eduardo Jorge (ex-Secretaria Geral).
Calcanhar-de-aquiles
O PSDB faz levantamento de
todos os votos corporativos dados pelo PT na votação das reformas. Para municiar os candidatos tucanos ao Legislativo,
que serão orientados a uniformizar o discurso, dizendo que a
oposição defende privilégios.
Salomé do cerrado
Campeão na arte da sobrevivência no cargo, Vicente Chelloti (Polícia Federal) se antecipou
e entregou ele próprio as cabeças de dois delegados afastados
por serem acusados de irregularidades. Na quarta tem mais.
Eleição com reeleição
O "Diário Oficial" do Pará
circulou anteontem com mais
de 200 nomeações para o governo do tucano Almir Gabriel.
Lamento tucano
Reação de Aécio Neves
(PSDB-MG) à possibilidade de
FHC subir também no palanque
de Maluf em São Paulo, aventada por Euclides Scalco: "Isso é
inadmissível. O grande prejudicado não seria nem o Covas. Seria o próprio presidente".
Me engana que eu gosto
Tucanos ficaram alegres com o
fato de FHC ter declarado no encontro do PMDB na quinta que
defenderá as "cores" do PSDB
nas eleições estaduais. Mas duvidam que o presidente diga o
mesmo em uma reunião do PFL.
Jogo próprio
Decidido: Ramez Tebet
(PMDB-MS) presidirá a Comissão de Orçamento do Congresso, função que era reivindicada
pelo PFL. Com o apoio de ACM,
que não quer marola com o
PMDB, que está fechado com
sua reeleição para o Senado.
Peregrinação
Eduardo e Marta Suplicy, do
PT, visitam Israel na terça e na
quarta. A convite do rabino
Henry Sobel, terão encontros
com Arafat e Shimon Peres.
No centro...
Professores da USP concluíram pesquisa, financiada pela
Fapesp e que vem sendo feita
desde as eleições de 89, sobre o
voto do brasileiro. O eleitor teria
perfil moderado e desejaria mudanças com ordem e estabilidade. Votaria com coerência e com
fidelidade às suas convicções.
...e pragmático
Segundo pesquisa, as principais razões para a escolha são: 1)
identificação (candidato de sua
profissão, região ou partido), 2)
oposição (candidatos que têm os
mesmos adversários que o eleitor) e 3) expectativa de desempenho (opta por quem acredita
que irá realizar o que ele espera e
que precisa concretamente).
Pura maldade
Deputados fazem piada com o
painel de votação novo que será
instalado na Câmara durante o
recesso. Brincam que irão batizá-lo de "Espaço Antonio
Kandir", tucano que errou na
hora de apertar o botão e fez o
governo perder por apenas um
voto na reforma da Previdência.
Lama garantida
A exemplo de Eduardo Azeredo (PSDB), Newton Cardoso
(PMDB) espalha que também
está montando um dossiê sobre
o governo tucano em Minas.
Boa alternativa
A ONG Andi, a Unicef, o Ilanud e a Fundação Educar lançam, dia 13 de agosto, no STF, o
"Prêmio Sócio-Educando".
Um dos objetivos é estimular a
aplicação pela Justiça de penas
educativas a menores infratores.
E-mail:±painel@uol.com.br
TIROTEIO
De José Dirceu, presidente do
PT, sobre FHC e Jorge Bornhausen (PFL) dizerem que a reforma
política será uma prioridade se o
atual governo for reeleito:
- Os partidos podem instituí-la. Não o fazem porque são
peças de ficção. O PT já tem fidelidade partidária e aplica. O governo teve maioria durante três
anos e meio e só fez reformas
que não levaram a nada. É mais
uma farsa.
CONTRAPONTO
Remédio tipicamente brasileiro
Em 1989, depois de ter deixado
a Prefeitura de São Paulo, Jânio
Quadros viajou para a Inglaterra, país que adorava. Lá, encontrou Augusto Marzagão, que fora seu assessor no governo paulista e na passagem relâmpago
pela Presidência.
Os dois foram visitar um clube
de pólo nas proximidades do famoso Castelo de Windsor. O diretor do clube, um inglês tradicionalista até o último fio de cabelo, ciceroneou os brasileiros.
Jânio e Marzagão começaram
a ficar contrariados com a paixão do inglês pelo pólo. Ele citava regras, detalhes, jogadores
etc. E fazia questão de ressaltar
que era um esporte da nobreza e
que assim deveria ser mantido.
No final, o inglês perguntou:
- Vocês costumam jogar pólo
no Brasil?
Jânio fez sinal de mais ou menos com as mãos e arrematou,
esbugalhando os olhos:
- O pólo é uma doença tão
cara, tão cara, que somente se
cura com a pobreza!
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