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SUCESSÃO
Com orçamento milionário, campanha priorizará palanque eletrônico; debate com adversários é descartado
FHC decide unificar candidato e presidente
MARTA SALOMON
da Sucursal de Brasília
Os estrategistas da campanha da reeleição
desistiram de
tentar separar
Fernando Henrique Cardoso
presidente do
Fernando Henrique Cardoso candidato. "É uma coisa inseparável", decretou o coordenador da
campanha, o ex-ministro Eduardo
Jorge Caldas Pereira. Presidente-candidato, FHC terá pela frente
uma campanha com mais dinheiro e menos comício do que há
quatro anos.
Com um orçamento milionário,
a campanha da chapa "União,
Trabalho e Progresso" investirá
principalmente no palanque eletrônico para tentar ganhar a disputa já no primeiro turno da eleição.
A produção dos 23 minutos e 41
segundos de propaganda de televisão -na hipótese de haver 13 candidatos-, que irá ao ar três vezes
por semana a partir de 18 de agosto, dominará o horário gratuito e
consumirá a maior fatia de dinheiro da campanha, segundo estimativa do comitê eleitoral.
Os programas deverão compensar um roteiro mais tímido de viagens pelo país.
Comitê banca
"Ninguém vai fazer grandes comícios", avalia o ex-deputado Euclides Scalco, que divide com
Eduardo Jorge o comando da
campanha.
Com pouco tempo disponível e
com limitações impostas pelas disputas regionais entre seus aliados
políticos para viajar pelo país,
FHC aproveitará a agenda de presidente para se aproximar dos eleitores.
O candidato estará tão colado à
figura do presidente que o comitê
eleitoral decidiu bancar o custo de
todas as viagens daqui para a frente, para evitar problemas com a legislação eleitoral.
A agenda do presidente-candidato não está fechada, mas já exclui debates de FHC com seus adversários na disputa ao Palácio do
Planalto.
Instalada em um prédio de 2.700
metros quadrados a quatro quilômetros de distância do Palácio do
Planalto, a cúpula da campanha
declara que não tem pressa em pôr
a propaganda de FHC nas ruas,
pelo menos até a Copa do Mundo
terminar.
Ainda segundo cálculo do comitê eleitoral, 150 pessoas deverão
trabalhar nos próximos três meses
para a campanha, desde a arrecadação de dinheiro até a distribuição de material nos Estados, a redação do programa de governo, a
agenda do candidato e a aferição
do humor do eleitorado em pesquisas de opinião.
Bancos e empreiteiras
Embora reproduza boa parte da
estrutura da campanha passada,
FHC recomendou cuidados extras
ao time da reeleição.
Exemplo: as doações para a campanha deverão ser limitadas para
evitar que uma determinada empresa domine a lista de colaborações. Em 1994, o Bradesco bateu o
recorde, com uma doação de R$
2,264 milhões.
O comando da campanha acha
difícil, porém, que o perfil de doadores se altere. Na campanha passada, bancos e empreiteiras bancaram a maior fatia dos gastos do
candidato.
Dinheiro não será problema para a campanha, prevê o coordenador financeiro, o ex-ministro Luiz
Carlos Bresser Pereira.
A chapa FHC-Marco Maciel registrou no TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) um teto de R$ 73 milhões para os gastos com a campanha. Há quatro anos, Fernando
Henrique Cardoso arrecadou menos da metade desse valor.
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