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SOCORRO A BANCOS
Grossi reassume diretoria no BC
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A diretora de Fiscalização do
Banco Central, Tereza Grossi
Togni, reassumiu ontem o cargo,
um dia após ser cassada a liminar
que havia determinado seu afastamento temporário da função.
Ontem pela manhã, o presidente do BC, Armínio Fraga, assinou
uma portaria reconduzindo a diretora ao cargo, encerrando um
afastamento de cerca de 72 horas.
Em seguida, Grossi retomou
suas atividades normais no escritório do BC em Belo Horizonte.
Às sextas, ela despacha nessa cidade, onde mora com a família.
A diretora do BC voltou às suas
funções graças à decisão do juiz
Amilcar Machado, do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, que cassou liminar obtida
por ação do Ministério Público.
Uma semana atrás, o juiz da 22ª
Vara Federal em Brasília determinou o afastamento de Tereza
Grossi, para evitar que ela coagisse duas testemunhas que trabalham sob suas ordens no BC.
Machado derrubou as liminares
porque esses dois funcionários já
depuseram como testemunhas de
acusação em processo que corre
no Rio. Para o juiz, nada indica
que eles possam deixar de fazer o
mesmo na ação por improbidade
administrativa. O procurador da
República Luiz Francisco Fernandes de Souza anunciou que entrará com recurso na semana que
vem para tentar afastar novamente a diretora de Fiscalização.
O Ministério Público quer ouvir
esses dois servidores em ação sobre suposta improbidade administrativa no socorro aos bancos
Marka e FonteCindam, que deram um prejuízo de R$ 1,6 bilhão
aos cofres públicos em 1999.
Na época, Grossi ocupava interinamente a chefia do Departamento de Fiscalização. No dia 13
janeiro, com a desvalorização do
real, o dono do Banco Marka, Salvatore Cacciola, foi a Brasília pedir ajuda ao BC. Foi recebido por
Grossi, que telefonou para a Bolsa
de Mercadorias & Futuros para
checar a situação do Marka, mas
ouviu do superintendente que o
banco não preocupava a BM&F.
Ela mandou fiscais ao Marka
checar o caso. No dia 14, a diretoria do BC aprovou a ajuda, contrariando orientação do Departamento Jurídico. No dia 15, Grossi
pediu à BM&F uma carta para
justificar o socorro: ela chegou às
17h30 do dia 15, mas foi redigido
um recibo com data do dia 14.
Grossi defendeu a operação e,
como prêmio, foi indicada para
ocupar efetivamente a diretoria
de Fiscalização. Foi aprovada pelo
Senado em 28 de março.
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