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OUTRO LADO
Congressistas culpam desafetos políticos pelos processos judiciais
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Todos os congressistas acusados de delitos graves se dizem vítimas de armações dos mais diversos tipos e acusam seus desafetos
pelo fato de terem processos criminais. Já os acusados de delitos
leves defendem seus atos.
O deputado federal Vittorio
Medioli (PSDB-MG) é acusado de
possuir equipamentos de rádio
sem a devida autorização legal.
Ele diz que foi envolvido indevidamente no caso por um promotor de Uruguaiana (RS).
Segundo o deputado, um argentino que alugava uma sala dentro
de sua empresa era o dono do
equipamento não autorizado: "O
exaltado promotor indiciou os
presidentes de 70 empresas".
Medioli também é acusado de
extração de quartzo, diamantes e
ouro em uma de suas fazendas,
sem licença do governo.
Ele afirma que sua fazenda foi
invadida por garimpeiros e que
ele representou os invasores. "Esse pedido [de licença prévia" se
deve à iniciativa de um promotor
mineiro, meu desafeto, que decidiu me indiciar junto com os invasores. Igualou, propositadamente, a vítima aos criminosos",
declarou Medioli.
O deputado federal José Janene
(PPB-PR), acusado de corrupção
ativa e passiva, é outro que teria
sido vítima de armação.
Empresário, ele tinha negócios
na cidade de Rolim de Moura
(RO), no final de 1992, e foi acusado de ter dado dinheiro ao prefeito para que ele "comprasse" os vereadores que queriam cassá-lo.
O advogado do prefeito disse à
polícia que telefonou para Janene
e que ele teria se comprometido a
mandar para a cidade uma parte
do dinheiro necessário para
"comprar" os vereadores.
Janene alega que só foi incluído
no processo depois de se eleger:
"Só fiquei sabendo da história
quando li o processo, não tenho
nada com isso. É picuinha", afirmou o deputado.
O deputado federal Hélio Costa
(PMDB-MG) é acusado de estelionato. Segundo a denúncia, ele
teria recebido verba federal para
construir um centro comunitário
em Barbacena (MG), mas não teria realizado a obra.
O deputado afirma que recebeu
um terreno para que o centro comunitário fosse construído no período de um ano e que a verba só
saiu depois de um ano, quando
ele havia perdido o terreno.
O deputado afirma que devolveu o dinheiro e que, depois,
construiu um centro comunitário
com recursos próprios. Ele exibiu
fotografia do centro comunitário
construído.
Costa afirma ter sido inocentado pelo TCU (Tribunal de Contas
da União) e sustenta que a acusação contra ele foi feita por um desafeta, durante a campanha para
governador de 1994.
O deputado federal Remi Trinta
(PST-MA) é acusado de fraudar o
SUS (Sistema Único de Saúde) e
de ter cometido os crimes de estelionato em detrimento de entidade pública, formação de quadrilha e falsificação de documento
público.
Ele afirma que foi envolvido no
processo apenas por um erro da
Junta Comercial do Maranhão.
"Esse processo não tem nada a ver
comigo", sustenta.
O senador Amir Lando (PMDB-RO) diz que representou um político por crime eleitoral e que, no
processo, o acusado relacionou
seu nome no rol de testemunhas.
Lando afirma que não compareceu à audiência e foi acusado de
desobediência a ordem judicial.
"Só colocaram meu nome para
procrastinar o andamento do
processo. Eu sou o acusador, não
posso ser chamado como testemunha", afirma o senador.
O senador Roberto Requião
(PMDB-PR) é acusado de obstruir a Justiça. O senador impediu
guardas municipais de retirarem
propaganda de um candidato à
Prefeitura de Curitiba.
Requião defende sua atitude.
Alega que a retirada de propaganda não é atribuição da guarda e
que os guardas não tinham mandado judicial para fazê-la.
Os demais congressistas acusados, todos por delitos de opinião,
defendem o que falaram.
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