|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Acusados defendem
o fim da imunidade
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A maioria dos congressistas
com pedidos de licença prévia
pendentes defende o fim da imunidade para crimes comuns. Apenas o deputado Vittorio Medioli
(PSDB-MG) e o senador Roberto
Requião (PMDB-PR) se disseram
favoráveis à sua manutenção.
O deputado Ibrahim Abi-Ackel
(PPB-MG) afirma ter apresentado uma proposta de emenda
constitucional para fazer com que
os atos supostamente criminosos
ocorridos antes da diplomação
dos parlamentares não dependam de licença das Casas.
O deputado José Janene (PPB-PR) propõe uma espécie de licença por decurso de prazo. Ele acredita que deveria ser estabelecido
um prazo de 90 dias para o Congresso se manifestar sobre os pedidos do STF. Se não houvesse
análise, a licença seria concedida.
O deputado Max Mauro (PTB-ES) diz ser contra a imunidade.
"A imunidade tem sido um instrumento para proteger as pessoas que estão envolvidas em crimes graves." Acusado de crime
contra a honra do ex-ministro Élcio Álvares, ele se diz favorável à
manutenção da impunidade apenas para os delitos de opinião.
A mesma posição tem o deputado Wilson Santos (PMDB-MT),
acusado de caluniar, injuriar e difamar o ex-senador Júlio Campos
(PFL-MT). Ele afirma que não deve ser julgado pelo STF por suas
palavras porque foi eleito depois
de sua declaração: "Já fui julgado
pela sociedade mato-grossense".
O deputado federal Euler Morais (PMDB-GO) segue a mesma
linha: "Sou a favor de haver liberação para [o STF" processar em
caso de crime comum, mas não
em relação à palavra do parlamentar". Acusado, em dois processos, de ter feito campanha fora
do período eleitoral, o deputado
afirma que tem parecer contrário
à concessão da licença. "Estou
convicto de que estar defendendo
meu direito parlamentar, não
acobertando um ilícito", diz.
"Sou absolutamente a favor da
imunidade. Sem a imunidade eu
não seria parlamentar", diz o senador Roberto Requião. Para ele,
"o arbítrio do Judiciário é tão nocivo quanto a imunidade parlamentar". Acusado de obstrução à
Justiça, diz esperar que o Senado
"nunca dê autorização" para que
ele seja processado. "Não quero
gastar dinheiro com uma besteira
dessas", afirma Requião.
Para Vittorio Medioli (PSDB-MG), não existe imunidade parlamentar, pois os congressistas podem ser processados civilmente:
"O que aparentemente parece um
ato de moralização da Câmara é
de fato uma transferência total e
absoluta de poder para o delegado de polícia, o promotor, o juiz, o
governador, [capazes" de conduzir e induzir processos criminais
que podem empobrecer ou inviabilizar o mandato parlamentar".
Texto Anterior: Espírito de corpo: Congresso protege parlamentares de ações Próximo Texto: Outro lado: Congressistas culpam desafetos políticos pelos processos judiciais Índice
|