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Oposição teme não obter alterações
e já se articula para atrasar votação
DA ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de setores do PFL e da liderança do PSDB terem se posicionado a favor da reforma da
Previdência, os partidos traçaram
estratégias para a votação em plenário que tem como objetivo expor o PT perante uma de suas tradicionais bases: os servidores.
Os pefelistas querem que o PT
experimente o seu próprio "veneno" e, por isso, pretendem usar
estratégias adotadas pelos petistas
quando estavam na oposição. Os
tucanos buscam alterações no
texto. Se não forem atendidos,
apresentarão destaques.
"É fundamental que o povo saiba que o PT e os seus aliados estão
agindo de forma diferente da que
pregaram na campanha. É necessário que eles assumam isso. Eles
têm de provar do mesmo veneno", disse o líder do PFL na Câmara, José Carlos Aleluia (BA).
O PFL, que é contra que a reforma da Previdência seja votada hoje, defende que se firme um acordo de procedimento, por meio do
qual seja liberado o acesso dos
servidores às galerias. Pretende
também aumentar o número de
pessoas que debatem em plenário. Segundo o regimento, o governo pode encerrar o debate
após seis discursos.
Caso o governo aceite o acordo,
o partido abre mão da obstrução
-pedidos de verificação de quórum ou levantamento de questões
de ordem. A obstrução foi adotada pelo PFL na comissão especial,
cuja votação chegou a ser atrasada em mais de cinco horas.
Deputados ligados ao senador
Antonio Carlos Magalhães (BA)
-cerca de 20 parlamentares-
devem votar com o governo.
A orientação na bancada do
PSDB é que o partido vote a favor
do texto do relator José Pimentel
(PT-CE). "Não posso chegar lá e
dizer que voto contra. Seria negar
tudo que já dissemos. Se o PT nega tudo que já fez, ele é que tem de
se explicar para a sua base", afirmou o líder do partido na Câmara, Jutahy Júnior (BA).
A legenda, entretanto, quer incluir no texto três pontos considerados "prioritários". Caso não sejam acatados pelo relator, o partido apresentará destaques.
O primeiro trata da garantia de
benefício mínimo para trabalhadores urbanos excluídos do sistema. Os outros dois são a definição
de regras de transição para quem
está perto da aposentadoria e de
regras gerais por parte da União
para serem seguidas por Estados e
municípios na criação dos fundos
de pensão dos servidores.
Hoje a bancada do PSDB na Câmara se reúne para afinar o discurso na votação.
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