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São Paulo, terça-feira, 05 de agosto de 2003

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Oposição teme não obter alterações e já se articula para atrasar votação

DA ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar de setores do PFL e da liderança do PSDB terem se posicionado a favor da reforma da Previdência, os partidos traçaram estratégias para a votação em plenário que tem como objetivo expor o PT perante uma de suas tradicionais bases: os servidores.
Os pefelistas querem que o PT experimente o seu próprio "veneno" e, por isso, pretendem usar estratégias adotadas pelos petistas quando estavam na oposição. Os tucanos buscam alterações no texto. Se não forem atendidos, apresentarão destaques.
"É fundamental que o povo saiba que o PT e os seus aliados estão agindo de forma diferente da que pregaram na campanha. É necessário que eles assumam isso. Eles têm de provar do mesmo veneno", disse o líder do PFL na Câmara, José Carlos Aleluia (BA).
O PFL, que é contra que a reforma da Previdência seja votada hoje, defende que se firme um acordo de procedimento, por meio do qual seja liberado o acesso dos servidores às galerias. Pretende também aumentar o número de pessoas que debatem em plenário. Segundo o regimento, o governo pode encerrar o debate após seis discursos.
Caso o governo aceite o acordo, o partido abre mão da obstrução -pedidos de verificação de quórum ou levantamento de questões de ordem. A obstrução foi adotada pelo PFL na comissão especial, cuja votação chegou a ser atrasada em mais de cinco horas.
Deputados ligados ao senador Antonio Carlos Magalhães (BA) -cerca de 20 parlamentares- devem votar com o governo.
A orientação na bancada do PSDB é que o partido vote a favor do texto do relator José Pimentel (PT-CE). "Não posso chegar lá e dizer que voto contra. Seria negar tudo que já dissemos. Se o PT nega tudo que já fez, ele é que tem de se explicar para a sua base", afirmou o líder do partido na Câmara, Jutahy Júnior (BA).
A legenda, entretanto, quer incluir no texto três pontos considerados "prioritários". Caso não sejam acatados pelo relator, o partido apresentará destaques.
O primeiro trata da garantia de benefício mínimo para trabalhadores urbanos excluídos do sistema. Os outros dois são a definição de regras de transição para quem está perto da aposentadoria e de regras gerais por parte da União para serem seguidas por Estados e municípios na criação dos fundos de pensão dos servidores.
Hoje a bancada do PSDB na Câmara se reúne para afinar o discurso na votação.


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