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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/GUERRA NA CPI
Líder tucano questiona documentos exibidos pela senadora Ideli Salvati (SC) e afirma que serviço pode não ter sido executado
Petista acusa Serra de ter caixa 2 em 2002
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A senadora Ideli Salvati (PT-SC)
acusou ontem o PSDB de não
contabilizar oficialmente gastos
da campanha do então candidato
a presidente José Serra, em 2002.
A afirmação, feita na CPI dos Correios, foi usada pela senadora para questionar a convocação da sócia do publicitário Duda Mendonça, Zilmar Fernandes da Silveira, para prestar depoimento à
comissão sobre os R$ 15,5 milhões que teria recebido da SMPB,
empresa da qual é sócio o publicitário Marcos Valério Fernandes
de Souza.
Isonomia
"Tudo o que aparecer aqui tem
de ter isonomia", afirmou Ideli.
"O PT abriu seu sigilo bancário, e
tinha mesmo de o fazer, mas creio
que todos os partidos têm de tomar a mesma iniciativa", propôs.
"Porque, se não abrirem, eu vou
fazer um requerimento nesse sentido", ameaçou.
Ideli exibiu dois contratos de
prestação de serviços assinados
em 15 de agosto de 2002 entre a
comissão financeira da campanha de Serra à Presidência, representada pelo deputado Márcio
Fortes (PSDB-RJ), e as empresas
Computer Graphics Produções
Cinematográficas e Intertrade
Brasil, Telecomunicações, Multimídia e Representações Ltda.
O primeiro contrato tem valor
de R$ 18 milhões. O segundo, soma R$ 1,4 milhão. O pagamento
de ambos se daria em duas parcelas. Além dos contratos, a senadora apresentou duas notas fiscais
da Intertrade, cada uma no valor
de R$ 700 mil.
Na prestação de contas do
PSDB disponibilizada no site do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
relativa aos custos da campanha
presidencial de 2002, o comitê financeiro do partido registra pagamentos que totalizam apenas
R$ 2,435 milhões, no caso da
Computer Graphics, e R$ 700 mil
para a Intertrade, valores menores do que os exibidos pela senadora.
"A campanha do Serra não contabilizou a dívida total das despesas de campanha com essas empresas", acusou a senadora.
"Se a sócia do Duda Mendonça
vai vir aqui, têm de vir também os
publicitários e tesoureiros das outras campanhas." Ideli procurou
evitar a caracterização de sua proposta como uma retaliação à oposição. "Não venham nos dizer que
vai ser um toma-lá-dá-cá."
Outro lado
O deputado Alberto Goldman
(PSDB-SP), líder do partido na
Câmara, foi escalado para falar
em nome da legenda. Goldman
questionou os documentos apresentados pela senadora e afirmou
que "a existência de um contrato
não significa que o serviço foi executado".
O líder tucano também disse
que as duas notas fiscais da Intertrade, no valor de R$ 700 mil cada
uma, da mesma forma "não significam que o trabalho foi feito".
Questionado pela Folha se o
PSDB manteve caixa dois na campanha de 2002, o líder do partido
disse que não é dirigente do partido e que não podia falar a respeito
das finanças da campanha daquele ano.
Goldman criticou a atitude de
Ideli Salvati. Para o líder tucano,
"este é um papel muito mesquinho de uma senadora".
(CHICO DE GOIS, FERNANDA KRAKOVICS e LEILA
SUWWAN)
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