São Paulo, sábado, 05 de agosto de 2006

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Assessor de petista nega ter ajudado a máfia

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Citado como elo petista na liberação de emendas para máfia dos sanguessugas, Francisco Rocha da Silva, chefe-de-gabinete do deputado federal e presidente do PT, Ricardo Berzoini, negou ontem envolvimento na máfia e acusou Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam, de tentar intimidar e enlamear personalidades do PT.
Em depoimento anteontem à CPI dos Sanguessugas, Vedoin teria dito que Rocha -conhecido como Rochinha-, que foi assessor especial do ministro da Saúde na gestão de Humberto Costa, agia sob influência do dirigente petista José Airton Cirilo para liberar emendas para o esquema. Cirilo nega as acusações de Vedoin.
Para Rochinha, a citação de seu nome teria sido indireta, em citações mais fortes envolvendo Cirilo, de quem se disse "companheiro" e "amigo", mas sem relação próxima.
"Eles estão enganados a meu respeito", afirmou o chefe-de-gabinete de Berzoini.
O presidente do PT disse ontem "não há preocupação com isso porque não há qualquer dúvida em relação a sua atuação," disse. Berzoini confirmou ainda a permanência do funcionário na equipe.
Ontem, Vedoin voltou a depor à CPI dos Sanguessugas. Segundo relato de parlamentares, ele disse terem sido distorcidas pela imprensa suas referências sobre Rochinha. Segundo os parlamentares, Vedoin afirma não ter dito que Rocha tinha participação no esquema, mas que "todo mundo" em Brasília sabia que a liberação de verbas para emendas da Saúde pela Casa Civil passava por ele.

Ney Suassuna
Outro ex-assessor acusado de envolvimento na máfia, Marcelo Cardoso Carvalho, que trabalhava para o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), foi ontem à CPI participar de uma acareação com o empresário Luiz Antonio Vedoin.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), sub-relator da CPI, concluiu que "não há lógica" nos argumentos Carvalho para justificar o recebimento de R$ 29 mil do esquema da máfia das ambulâncias.
"A fala do senhor Luiz Antonio tem muito mais consistência do que a do sr. Marcelo", disse Carlos Sampaio.
O empresário reafirmou que pagou R$ 225 mil a Marcelo como comissão por ter feito com que Suassuna obtivesse a aprovação de emendas para comprar ambulâncias.
Há provas de que Marcelo recebeu R$ 29 mil, segundo a CPI. Segundo ele, o dinheiro é referente ao pagamento de um barco, que ele teria vendido a uma pessoa indicada por Darci Vedoin, pai de Luiz Antonio.


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