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CPI deve pedir cassação de 50 parlamentares e inocentar 15
RANIER BRAGON
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após ouvir pelo segundo dia
consecutivo o sócio da Planam
Luiz Antonio Vedoin, a CPI dos
Sanguessugas sinalizou ontem
que, ao apresentar seu relatório, na próxima quinta-feira, dividirá os cerca de 90 parlamentares acusados em três grupos:
os que têm contra si "provas robustas", os que são alvos de
provas ainda inconclusas e
aqueles contra os quais não há
evidências de participação.
A Folha apurou que a tendência hoje é reunir cerca de
50 parlamentares no grupo das
"provas robustas", outros 25 na
categoria dos que exigiriam
aprofundamento das investigações e 15 na dos inocentados.
"Há uma variação, há aqueles
contra os quais há provas exuberantes, provas suficientes, e
há aqueles com provas ainda
claudicantes de participação
no esquema", disse o relator
Amir Lando (PMDB-RO).
"Vedoin trouxe provas robustas e consistentes contra a
maioria deles; infelizmente, somente uma minoria será inocentada nesse episódio", afirmou o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), responsável
por esquematizar as provas
contra os acusados.
Em relação aos 50 parlamentares com situação mais complicada, há provas documentais
(depósitos da quadrilha na
conta pessoal, de parente ou de
assessor) e testemunhais "contundentes". Para esse grupo,
será pedida a cassação.
Já para outros 25 dos cerca
de 90 acusados, a tendência é
de que o relatório peça mais investigação. Contra esse grupo,
há acusação dos Vedoin, mas a
CPI não teria segurança de pedir a cassação só com a prova
testemunhal. Os 15 restantes
seriam inocentados por não
haver prova contra eles.
Esses números podem variar
até a quinta-feira, pois uma ala
na CPI defende que seja pedida
a cassação também contra os
25 contra os quais há apenas a
acusação de Vedoin.
Saraiva inocentado
A Folha teve acesso às conclusões que a CPI já chegou em
relação a 38 dos 90 investigados: são eles os 15 que a comissão possui os comprovantes
bancários mostrando que eles
receberam dinheiro dos Vedoin na própria conta pessoal
ou na de parente; os oito que a
CPI possui prova de que receberam bens ou serviços; e os 15
em relação aos quais a CPI não
possui provas relevantes.
O senador Magno Malta (PL-ES) e os integrantes da Mesa da
Câmara João Caldas (PL-AL) e
Nilton Capixaba (PTB-RO) estão na categoria daqueles que
supostamente receberam propina na conta pessoal ou receberam bens da quadrilha. Contra todos eles deve ser pedida a
cassação do mandato.
O ex-ministro Saraiva Felipe
(PMDB-MG) e o líder do PP,
Mario Negromonte (BA), estão
no rol dos inocentados.
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