São Paulo, sábado, 05 de agosto de 2006

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CPI deve pedir cassação de 50 parlamentares e inocentar 15

RANIER BRAGON
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após ouvir pelo segundo dia consecutivo o sócio da Planam Luiz Antonio Vedoin, a CPI dos Sanguessugas sinalizou ontem que, ao apresentar seu relatório, na próxima quinta-feira, dividirá os cerca de 90 parlamentares acusados em três grupos: os que têm contra si "provas robustas", os que são alvos de provas ainda inconclusas e aqueles contra os quais não há evidências de participação.
A Folha apurou que a tendência hoje é reunir cerca de 50 parlamentares no grupo das "provas robustas", outros 25 na categoria dos que exigiriam aprofundamento das investigações e 15 na dos inocentados. "Há uma variação, há aqueles contra os quais há provas exuberantes, provas suficientes, e há aqueles com provas ainda claudicantes de participação no esquema", disse o relator Amir Lando (PMDB-RO).
"Vedoin trouxe provas robustas e consistentes contra a maioria deles; infelizmente, somente uma minoria será inocentada nesse episódio", afirmou o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), responsável por esquematizar as provas contra os acusados.
Em relação aos 50 parlamentares com situação mais complicada, há provas documentais (depósitos da quadrilha na conta pessoal, de parente ou de assessor) e testemunhais "contundentes". Para esse grupo, será pedida a cassação.
Já para outros 25 dos cerca de 90 acusados, a tendência é de que o relatório peça mais investigação. Contra esse grupo, há acusação dos Vedoin, mas a CPI não teria segurança de pedir a cassação só com a prova testemunhal. Os 15 restantes seriam inocentados por não haver prova contra eles.
Esses números podem variar até a quinta-feira, pois uma ala na CPI defende que seja pedida a cassação também contra os 25 contra os quais há apenas a acusação de Vedoin.

Saraiva inocentado
A Folha teve acesso às conclusões que a CPI já chegou em relação a 38 dos 90 investigados: são eles os 15 que a comissão possui os comprovantes bancários mostrando que eles receberam dinheiro dos Vedoin na própria conta pessoal ou na de parente; os oito que a CPI possui prova de que receberam bens ou serviços; e os 15 em relação aos quais a CPI não possui provas relevantes.
O senador Magno Malta (PL-ES) e os integrantes da Mesa da Câmara João Caldas (PL-AL) e Nilton Capixaba (PTB-RO) estão na categoria daqueles que supostamente receberam propina na conta pessoal ou receberam bens da quadrilha. Contra todos eles deve ser pedida a cassação do mandato.
O ex-ministro Saraiva Felipe (PMDB-MG) e o líder do PP, Mario Negromonte (BA), estão no rol dos inocentados.


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