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CONGRESSO
Prioridade é descartada e comissão aprova idéia de CPI do desemprego; fundo de ACM será analisado
Câmara impõe derrotas ao governo
da Sucursal de Brasília
O governo Fernando Henrique
Cardoso sofreu derrotas ontem
na Câmara dos Deputados e viu
sua prioridade para o semestre, a
lei de responsabilidade fiscal, ser
retirada na pauta de itens principais a serem analisados.
Além disso, os líderes na Casa
decidiram abrir uma comissão
mista no Congresso para analisar
projetos contra a miséria -assim
como o que cria o fundo antipobreza, defendido pelo senador
Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) para solucionar o problema.
A primeira derrota ocorreu
quando a comissão de Economia
aprovou a criação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o desemprego.
A proposta, potencialmente
desgastante para o governo, ainda
terá de ser votada por duas comissões e pelo plenário.
À tarde, a segunda derrota. A
Câmara decidiu que a votação da
lei de responsabilidade fiscal não
será o principal item da pauta deste semestre.
A lei de responsabilidade fiscal
faz parte do ajuste proposto pelo
governo para equilibrar as contas
públicas, exigência do FMI (Fundo Monetário Internacional).
As derrotas do governo aconteceram no terceiro dia após o recesso parlamentar e depois da reforma ministerial de julho.
A aprovação da CPI do desemprego na comissão só foi possível
com votos de parlamentares da
base aliada ao presidente FHC. A
oposição é minoria na comissão.
O placar registrou 8 votos a favor
da CPI contra 6.
Os deputados Edison Andrino
(PMDB-SC) e Jurandil Juarez
(PMDB-AP) foram a favor.
"Voto as matérias de acordo
com o mérito em discussão", afirmou Juarez.
A proposta da CPI foi apresentada em 1995 pelo deputado Miro
Teixeira (PDT-RJ) para investigar
o desemprego e a falta de liquidez
no país em decorrência do Plano
Real, mas nunca foi votada.
"O recesso parlamentar colocou
a base do presidente em contato
com o descontentamento generalizado com o governo. Apesar do
compromisso do deputado com o
governo, ele voltou sensibilizado
depois da visita que fez as suas bases", avaliou o presidente da comissão de Economia, Aloizio
Mercadante (PT-SP).
Em reunião com o presidente
da Câmara, Michel Temer
(PMDB-SP), os líderes dos partidos definiram como prioridade
de votação a reforma tributária e a
reforma do Poder Judiciário.
A lei de responsabilidade fiscal
pretende evitar que os governantes gastem mais do que arrecadam, prevendo punições para
quem exceder seu limite.
"A reforma tributária e a reforma do Judiciário são prioridade
absoluta", disse Temer.
Sobre a relação do PMDB com o
governo, Temer disse que o partido sempre apoiou as causas que
servem ao país. "O apoio ao governo é o apoio a essas causas."
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