São Paulo, Quinta-feira, 05 de Agosto de 1999
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Covas diz que aliança não é eterna

da Sucursal de Brasília

O governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), afirmou ontem que a aliança política que sustenta o governo federal não é "para o resto da vida". Disse também que discutir eleição agora é uma "estupidez".
"Aliança não é para ser para o resto da vida. Ela foi feita para uma eleição, e vai chegar o instante em que cada um toma seu caminho, porque cada um tem seu candidato. Por isso que, em benefício do país, a discussão sobre eleição agora é uma estupidez", afirmou Covas.
Ele participou ontem da missa na Catedral de Brasília em homenagem ao deputado Franco Montoro (PSDB-SP), morto no mês passado. Também estavam presentes o presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Para Covas, os problemas na base de apoio do governo são inevitáveis. "Você tem eleição daqui a dois anos, três anos. Já começou o processo eleitoral. Tudo isso contribui. Quanto mais próxima estiver a discussão da eleição, mais independentes os partidos vão ficar."
Sobre o fato de ACM ter rebatido as cobranças de FHC para a aprovação da reforma previdenciária, Covas disse que não se mete em "briga de gente grande".
"Quem sou eu para dar palpite nisso. Estou lá enfiado na província, brigando para pagar as dívidas que os outros fizeram."

Pobreza
O governador Covas foi irônico em relação ao debate político sobre mecanismos para erradicar a pobreza. "É a primeira vez nesse país que eu vejo o pessoal brigar por como acabar com a pobreza. Queira Deus que toda a vida briguem por conta disso."
Questionado se concordava com o aumento de impostos para combater a pobreza, como propôs ACM, Covas respondeu com outra indagação: "O que você acha pior, aumentar o imposto ou manter a pobreza?".
Covas também comentou a posição do presidente do PMDB, senador Jader Barbalho (PMDB-PA), que defende combater a sonegação para erradicar a pobreza.
"(Jader) deve ter tido uma experiência boa. Ele foi governador, deve ter passado por esse problema, deve ter enfrentado isso com muito sucesso."
Ao saber da declaração do governador paulista, Jader disse que Covas "tem de se preocupar em trabalhar lá (São Paulo). O meu governo é problema do povo do Pará. Estamos discutindo é como conseguir recursos para combater a pobreza", disse.


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