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REFORMA TRIBUTÁRIA
Relator sugere redução
Verba para educação
divide os deputados
LUIZA DAMÉ
da Sucursal de Brasília
A redução de recursos para educação é um dos itens periféricos
que deverão dificultar a aprovação do projeto de reforma tributária na comissão especial da Câmara. A base do texto tem apoio
da maioria, mas alguns deputados criticam pontos do projeto.
A proposta do relator Mussa
Demes (PFL-PI) mantém os percentuais atuais para a educação
(25% para Estados, Distrito Federal e municípios e 18% para a
União), mas reduz a base de cálculo, descontando os repasses para o Legislativo e o Judiciário.
O projeto também não define
qual o percentual da contribuição
social geral, que substituirá o salário-educação, irá para a educação.
"É contraditório. O projeto vincula recursos para transporte e diminui vinculações para a educação", afirmou Antonio Kandir
(PSDB-SP), vice-presidente da
comissão da reforma tributária.
"A garantia de investimentos
mínimos na educação proporcionou avanços", declarou Antonio
Palocci (SP), coordenador da
bancada do PT na comissão.
Outro item criticado é a vinculação da arrecadação do novo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços sobre combustíveis e transporte para a conservação de estradas. "É uma atrocidade", disse Eduardo Paes (PFL-RJ).
Pelo projeto, as empresas aéreas
não pagarão o novo ICMS, que
substituirá os impostos sobre
consumo e serviços cobrados pela
União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios.
"Isso é contraditório com o núcleo do projeto", afirmou Kandir.
"As empresas aéreas enfrentam
problemas, mas não sei se a solução é desonerá-las", disse Paes.
Atualmente, as empresas aéreas
pagam alíquota de 4% de ICMS
nas operações interestaduais.
Deputados da comissão não
concordam com a prorrogação
da Zona Franca de Manaus por
mais dez anos, incluída no projeto
pelo relator Mussa Demes a pedido do governador Amazonino
Mendes (PFL-AM).
O governador Mário Covas
(PSDB-SP) disse o projeto é bom,
mas cobrou compensações. Ele
acha que São Paulo perderá 40%
da receita anual. "Não dá para viver com R$ 10 bilhões a menos".
Colaborou Denise Madueño, da Sucursal de
Brasília
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