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SENADO
Comissão pretende detalhar a relação entre as empresas do senador e as construtoras Ikal e Incal
CPI do Judiciário vai investigar Estevão
FLÁVIA DE LEON
da Sucursal de Brasília
A CPI do Judiciário decidiu ontem investigar o senador e empresário Luiz Estevão de Oliveira
(PMDB-DF), dono do Grupo OK.
A CPI quer saber qual relação as
empresas de Estevão têm com a
Ikal Construções e a Incal Incorporações, que ganharam a obra
do Fórum Trabalhista paulista
sem participar da licitação.
A CPI encontrou cheques da
Ikal e da Incal para empresas de
Estevão, principalmente a Saemco e a Moradia, que atuam na
construção civil.
Segundo os membros da CPI,
há cheques para as empresas do
senador desde que foi iniciada a
obra do fórum (1993). Alguns
constam da "Operação Panamá",
nome dado a uma lista de cheques
escriturados como aplicados na
financeira panamenha International Real Estate Investments.
A decisão foi tomada em sessão
secreta. O senador José Eduardo
Dutra (PT-SE) defendeu a investigação. Os peemedebistas presentes tentaram reverter a situação
argumentando que a CPI foi instalada para investigar o Judiciário,
não o senador. Coube ao pefelista
José Agripino (RN) dar o rumo
que a sessão tomaria.
"Essa CPI não é sobre o senador
Luiz Estevão, mas não podemos
ignorar as informações que chegaram a nós", disse. Como tinha
de sair para presidir a sessão da
Comissão de Constituição e Justiça, Agripino antecipou seu voto
favorável à investigação.
A CPI deu prazo de uma semana para o empresário Fábio Monteiro de Barros Filho, dono da Ikal
e da Incal, explicar cada cheque
encontrado nas empresas de Estevão. Monteiro de Barros disse na
CPI que o senador o ajuda com
empréstimos desde que suas contas e bens foram bloqueados.
Estevão disse à Folha que considerou "importantes e oportunos"
os requerimentos aprovados. "Só
dessa maneira a verdade será colocada. Vão verificar que todas as
operações são regulares."
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