São Paulo, Quinta-feira, 05 de Agosto de 1999
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SENADO
Comissão pretende detalhar a relação entre as empresas do senador e as construtoras Ikal e Incal
CPI do Judiciário vai investigar Estevão

FLÁVIA DE LEON
da Sucursal de Brasília

A CPI do Judiciário decidiu ontem investigar o senador e empresário Luiz Estevão de Oliveira (PMDB-DF), dono do Grupo OK. A CPI quer saber qual relação as empresas de Estevão têm com a Ikal Construções e a Incal Incorporações, que ganharam a obra do Fórum Trabalhista paulista sem participar da licitação.
A CPI encontrou cheques da Ikal e da Incal para empresas de Estevão, principalmente a Saemco e a Moradia, que atuam na construção civil.
Segundo os membros da CPI, há cheques para as empresas do senador desde que foi iniciada a obra do fórum (1993). Alguns constam da "Operação Panamá", nome dado a uma lista de cheques escriturados como aplicados na financeira panamenha International Real Estate Investments.
A decisão foi tomada em sessão secreta. O senador José Eduardo Dutra (PT-SE) defendeu a investigação. Os peemedebistas presentes tentaram reverter a situação argumentando que a CPI foi instalada para investigar o Judiciário, não o senador. Coube ao pefelista José Agripino (RN) dar o rumo que a sessão tomaria.
"Essa CPI não é sobre o senador Luiz Estevão, mas não podemos ignorar as informações que chegaram a nós", disse. Como tinha de sair para presidir a sessão da Comissão de Constituição e Justiça, Agripino antecipou seu voto favorável à investigação.
A CPI deu prazo de uma semana para o empresário Fábio Monteiro de Barros Filho, dono da Ikal e da Incal, explicar cada cheque encontrado nas empresas de Estevão. Monteiro de Barros disse na CPI que o senador o ajuda com empréstimos desde que suas contas e bens foram bloqueados.
Estevão disse à Folha que considerou "importantes e oportunos" os requerimentos aprovados. "Só dessa maneira a verdade será colocada. Vão verificar que todas as operações são regulares."


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