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Não houve "é dando que se recebe", diz Lula
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A negociação para a aprovação
do texto básico da reforma tributária na Câmara dos Deputados
não seguiu a política do "é dando
que se recebe", segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao discursar para cerca de cem
integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, órgão consultivo encarregado de propor as reformas, Lula
elogiou os governadores e o Congresso e disse que o governo vai
continuar negociando o projeto.
Ele previu que o texto será alterado pelo Senado e precisará voltar para a Câmara.
"Nós vamos ensinar este país a
negociar. Nós vamos ensinar este
país a atingir a maturidade de que
ele precisa para dar um salto de
qualidade interna e externa. Nós
precisamos ter a grandeza de entender que as negociações se fazem extremamente necessárias",
disse o presidente.
Ele elogiou a capacidade de negociação dos ministros José Dirceu (Casa Civil) e Antonio Palocci
Filho (Fazenda).
"No Brasil, há muita gente que
não está habituada à negociação.
Então, qualquer negociação é interpretada como se fosse a política
do "é dando que se recebe", como
se fosse uma coisa maléfica, quando a coisa mais nobre em um processo político é justamente a capacidade de negociação que as
pessoas têm", afirmou.
Para o presidente, algumas pessoas desejariam que o PT, com
apenas 93 deputados, não fizesse
acordo com ninguém e aprovasse
tudo. "Os que criticam os acordos
que fizemos são aqueles que nos
chamariam de inábeis se nós não
fizéssemos acordos."
Lula repetiu quatro vezes que
estava feliz.
"O Congresso se portou com a
grandeza que a sociedade brasileira esperava dos parlamentares
brasileiros. Tanto aqueles que votaram a favor como os que votaram contra deram uma contribuição extraordinária para o fortalecimento da democracia neste
país", afirmou, acrescentando
que nunca esperou unanimidade.
Ele disse que muitas vezes fica
até as 2h assistindo aos debates.
Os governadores, para Lula, "tiveram um papel importante".
(WS)
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