São Paulo, quarta-feira, 05 de setembro de 2007

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Na tribuna, senador volta a atacar editora

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), atacou ontem, na tribuna da Casa, a votação aberta do pedido de cassação contra ele e fez novas acusações contra o Grupo Abril, que edita a revista "Veja".
Renan e seus aliados defendiam o voto secreto. "Um direito constitucional está sendo esmagado em nome da continuidade do linchamento", disse ele, em discurso de 25 minutos. "Eu sou vítima."
Renan cogitou recorrer ao STF para garantir a votação secreta, mas foi desaconselhado pelo ministro Nelson Jobim. "Seria uma indelicadeza o presidente do Senado recorrer ao Supremo. Quero que a verdade se imponha de outra forma", disse Renan.
Depois de apontar supostas irregularidades na operação de venda da TVA, Renan acusou a Editora Abril de montar um esquema "fraudulento" e de utilizar "laranjas" para vender 30% de suas ações para a empresa sul-africana Naspers. A compra teria sido feita por meio de duas empresas fantasmas, segundo Renan: a MIH Brasil, que só funcionaria na Holanda, e a Curundéia.
"Foi esse laranjal de empresas inexistentes, com CNPJ duplicados, endereços fictícios, sem sede, sem funcionários, que adquiriu 30% da Editora Abril", disse.
Ainda de acordo com Renan, o capital social da Curundéia é de R$ 878 mil e ela teria pago R$ 380 milhões pelas ações da Abril. Renan exibiu, em um telão instalado no plenário, uma reportagem da TV Bandeirantes.
Os ataques ao Grupo Abril começaram depois que a revista "Veja" publicou denúncias contra Renan. Em nota, a Abril disse que as acusações de ontem "representam mais uma tentativa torpe e desesperada do senador e de seus seguidores para desviar a atenção dos fatos revelados por VEJA e por outros veículos da imprensa brasileira sobre a sua conduta".
A editora disse que "são absolutamente improcedentes e infundadas as acusações de irregularidades sobre a parceria com o grupo sul-africano Naspers. A Abril respeita escrupulosamente o princípio da legalidade e o aplica rigorosamente a todas as suas empresas, publicações, ações e políticas".


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