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Na tribuna, senador volta a atacar editora
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), atacou ontem, na tribuna da Casa, a votação aberta
do pedido de cassação contra
ele e fez novas acusações
contra o Grupo Abril, que
edita a revista "Veja".
Renan e seus aliados defendiam o voto secreto. "Um
direito constitucional está
sendo esmagado em nome da
continuidade do linchamento", disse ele, em discurso de
25 minutos. "Eu sou vítima."
Renan cogitou recorrer ao
STF para garantir a votação
secreta, mas foi desaconselhado pelo ministro Nelson
Jobim. "Seria uma indelicadeza o presidente do Senado
recorrer ao Supremo. Quero
que a verdade se imponha de
outra forma", disse Renan.
Depois de apontar supostas irregularidades na operação de venda da TVA, Renan
acusou a Editora Abril de
montar um esquema "fraudulento" e de utilizar "laranjas" para vender 30% de suas
ações para a empresa sul-africana Naspers. A compra
teria sido feita por meio de
duas empresas fantasmas,
segundo Renan: a MIH Brasil, que só funcionaria na Holanda, e a Curundéia.
"Foi esse laranjal de empresas inexistentes, com
CNPJ duplicados, endereços
fictícios, sem sede, sem funcionários, que adquiriu 30%
da Editora Abril", disse.
Ainda de acordo com Renan, o capital social da Curundéia é de R$ 878 mil e ela
teria pago R$ 380 milhões
pelas ações da Abril. Renan
exibiu, em um telão instalado no plenário, uma reportagem da TV Bandeirantes.
Os ataques ao Grupo Abril
começaram depois que a revista "Veja" publicou denúncias contra Renan. Em nota,
a Abril disse que as acusações
de ontem "representam mais
uma tentativa torpe e desesperada do senador e de seus
seguidores para desviar a
atenção dos fatos revelados
por VEJA e por outros veículos da imprensa brasileira
sobre a sua conduta".
A editora disse que "são
absolutamente improcedentes e infundadas as acusações de irregularidades sobre
a parceria com o grupo sul-africano Naspers. A Abril
respeita escrupulosamente o
princípio da legalidade e o
aplica rigorosamente a todas
as suas empresas, publicações, ações e políticas".
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