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Funcionária do Senado nega esquema pró-Renan
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na véspera da votação do
processo de cassação do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) no Conselho de Ética, a assessora parlamentar Flávia
Garcia, 32, negou ontem que
seu pai tenha operado um suposto esquema de arrecadação
de dinheiro para o presidente
do Senado em ministérios comandados pelo PMDB.
Funcionária do Senado há
cinco anos, Flávia é ex-mulher
do advogado Bruno de Miranda
Lins, que acusou à Polícia Civil
o empresário Luiz Carlos Garcia Coelho de ser lobista e operar para políticos do PMDB, entre eles Renan. Ela ocupa cargo
de confiança numa sala anexa à
presidência do Senado.
Ontem, Flávia falou com jornalistas no gabinete da chefia
do Cerimonial do Senado para
atacar o ex-marido. "Ele [Bruno] está aproveitando o momento político para atingir o
meu chefe, quer que eu perca o
meu emprego. É calúnia para
me extorquir", disse ela.
Segundo Flávia, que negou
que estivesse agindo a pedido
de Renan, o que teria movido o
ex-marido a denunciar o suposto esquema seria conseguir que
ela pagasse uma pensão mensal
para ele, que está desempregado. Ela afirmou que Bruno reivindica metade dos bens e pensão de 20% do salário dela. Eles
foram casados por seis anos e
têm dois filhos. "Se o presidente do Senado passar por ele pela
rua não o reconhece. É um
oportunista, nunca trabalhou."
Flávia também defendeu o
pai, apontado como lobista de
políticos pelo ex-marido. Segundo ela, Luis Carlos Garcia
Coelho "foi um empresário
premiado por Juscelino Kubitschek", atua no ramo de processamento de alimentos e agora está fora do país para se tratar de um problema de saúde
depois que sofreu um acidente
de carro. Ela disse que o pai é
amigo de Renan há 30 anos,
mas não soube dizer como eles
se conheceram. "Só sei que
nunca tiveram negócios juntos", afirmou.
Ontem, o PSOL anunciou
que tentará aditar as novas denúncias a um dos três processos já abertos na Casa contra
Renan. O argumento é que os
temas são conexos.
Mas, como o presidente do
conselho, Leomar Quintanilha
(PMDB-TO), já comunicou que
há empecilhos regimentais para isso, o partido deverá apresentar a quarta representação
na próxima semana -as outras
apuram se Renan teve contas
pessoais pagas por um lobista,
se atou para beneficiar a Schincariol e se usou laranjas para
comprar empresas de comunicação em Alagoas.
"Se não for acatado, o PSOL
se vê na obrigação de fazer nova
representação", disse o senador José Nery (PA).
(SN E FK)
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