São Paulo, quarta-feira, 05 de setembro de 2007

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Funcionária do Senado nega esquema pró-Renan

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na véspera da votação do processo de cassação do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) no Conselho de Ética, a assessora parlamentar Flávia Garcia, 32, negou ontem que seu pai tenha operado um suposto esquema de arrecadação de dinheiro para o presidente do Senado em ministérios comandados pelo PMDB.
Funcionária do Senado há cinco anos, Flávia é ex-mulher do advogado Bruno de Miranda Lins, que acusou à Polícia Civil o empresário Luiz Carlos Garcia Coelho de ser lobista e operar para políticos do PMDB, entre eles Renan. Ela ocupa cargo de confiança numa sala anexa à presidência do Senado.
Ontem, Flávia falou com jornalistas no gabinete da chefia do Cerimonial do Senado para atacar o ex-marido. "Ele [Bruno] está aproveitando o momento político para atingir o meu chefe, quer que eu perca o meu emprego. É calúnia para me extorquir", disse ela.
Segundo Flávia, que negou que estivesse agindo a pedido de Renan, o que teria movido o ex-marido a denunciar o suposto esquema seria conseguir que ela pagasse uma pensão mensal para ele, que está desempregado. Ela afirmou que Bruno reivindica metade dos bens e pensão de 20% do salário dela. Eles foram casados por seis anos e têm dois filhos. "Se o presidente do Senado passar por ele pela rua não o reconhece. É um oportunista, nunca trabalhou."
Flávia também defendeu o pai, apontado como lobista de políticos pelo ex-marido. Segundo ela, Luis Carlos Garcia Coelho "foi um empresário premiado por Juscelino Kubitschek", atua no ramo de processamento de alimentos e agora está fora do país para se tratar de um problema de saúde depois que sofreu um acidente de carro. Ela disse que o pai é amigo de Renan há 30 anos, mas não soube dizer como eles se conheceram. "Só sei que nunca tiveram negócios juntos", afirmou.
Ontem, o PSOL anunciou que tentará aditar as novas denúncias a um dos três processos já abertos na Casa contra Renan. O argumento é que os temas são conexos.
Mas, como o presidente do conselho, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), já comunicou que há empecilhos regimentais para isso, o partido deverá apresentar a quarta representação na próxima semana -as outras apuram se Renan teve contas pessoais pagas por um lobista, se atou para beneficiar a Schincariol e se usou laranjas para comprar empresas de comunicação em Alagoas.
"Se não for acatado, o PSOL se vê na obrigação de fazer nova representação", disse o senador José Nery (PA).
(SN E FK)


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