|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Procuradoria oferece ação contra João Paulo
Ministério Público Federal no DF inclui deputado federal, envolvido no mensalão, em ação por improbidade administrativa
Deputado disse, por meio da assessoria, que não cometeu nenhuma irregularidade; a assessoria de Marcos Valério não respondeu aos recados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério Público Federal
no Distrito Federal incluiu o
deputado federal João Paulo
Cunha (PT-SP) em mais uma
ação por improbidade administrativa apresentada contra réus
no processo do mensalão.
Além dos três crimes pelos
quais João Paulo já responde
no Supremo Tribunal Federal,
o ex-presidente da Câmara é
acusado de enriquecimento ilícito e atentado aos princípios
da administração pública.
O crime de improbidade não
dá direito a foro privilegiado ao
deputado, e um eventual julgamento ocorrerá na Justiça comum. Entre as punições previstas estão a perda da função
pública e a suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos,
além de ressarcimento dos
bens obtidos de forma ilícita.
A ação por improbidade administrativa se baseia nas mesmas investigações que deram
origem à denúncia do mensalão. Segundo informações prestadas pelo publicitário Marcos
Valério, apontado como operador do esquema, João Paulo recebeu R$ 50 mil por meio de saque em agência do Banco Rural
feito pela mulher do deputado
em setembro de 2003.
O dinheiro, segundo as investigações, foi um pagamento pelo tratamento privilegiado dado à SMPB, uma das empresas
de Marcos Valério, na contratação de agência de publicidade
pela Câmara dos Deputados.
Na avaliação dos procuradores da República, João Paulo
Cunha já conhecia a estrutura
montada para financiar campanhas políticas, aceitou a oferta
de Marcos Valério e enviou a
mulher para sacar o dinheiro
"com o intuito de ocultar a origem da propina".
A sexta ação apresentada
contra réus do mensalão também acusa a ex-secretária parlamentar do deputado Silvana
Paz Japiassú, cinco pessoas ligadas a Marcos Valério e quatro
dirigentes do Banco Rural. A
secretária de João Paulo Cunha
teria tido passagens aéreas e
hospedagem para ela e sua filha
pagas pelo publicitário.
João Paulo disse ontem, por
meio da assessoria, que vai
aguardar o momento de apresentar sua defesa. Ele disse que
não cometeu nenhuma irregularidade. A assessoria de Marcos Valério não respondeu aos
recados da Folha até o fechamento desta edição.
Há duas semanas, o Ministério Público no DF apresentou
as cinco primeiras ações por
improbidade administrativa
contra 37 dos envolvidos no esquema do mensalão. As ações
foram divididas por partido.
Texto Anterior: Funcionária do Senado nega esquema pró-Renan Próximo Texto: PT: Berzoini apóia idéia de candidato próprio para a eleição presidencial Índice
|