São Paulo, Terça-feira, 05 de Outubro de 1999
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PAINEL


Pior dos mundos
FHC só põe em votação na Câmara a mudança de regras da aposentadoria, prevista para amanhã, se tiver certeza de vitória. Crê que uma derrota após a queda da contribuição previdenciária dos inativos terá péssima repercussão no mercado.

Cadê as emendas?
FHC deve dedicar o dia de hoje a convencer os líderes governistas a apoiar o projeto que altera regras da Previdência, previsto para ser votado amanhã. Aloysio (Secretaria Geral) faz o meio-campo, mas aliados estão pedindo um afago presidencial.

Nem o PFL
Inocêncio esnobou a convocação para a reunião de líderes, ontem, no Planalto. Mandou Pauderney Avelino (AM) representá-lo. Em tempos recentes, o pefelista atendia ao primeiro estalar de dedos de FHC.

Moral baixo
Avaliação do PFL: é mais fácil FHC emplacar aumento de imposto do que aprovar emenda constitucional tirando algum dos servidores aposentados. "Não há organização nem motivação para isso", diz cacique.

Defesa preventiva
Os adversários políticos de Elcio Alvares (Defesa) dizem que é exagero colocá-lo no organograma de comando do crime organizado no Espírito Santo. Tanto quanto o ministro dizer que é montagem foto sua em cassino, se alguma aparecer.

Tensão máxima
A recente saia justa do teto salarial com FHC deixou Velloso à beira de um ataque de nervos. É a explicação irônica de servidores da Justiça para palestras contratadas pelo Supremo para esta semana: "Prática de tai-chi-chuan" e "Fatores de alerta e de resistência ao estresse".

Saindo pelo ralo
Posição do total dos papagaios inscritos na dívida ativa da União no último dia 2: R$ 162,2 bi. "Bastava o governo cobrar com eficiência 1,5% disso para não precisar depenar mais o aposentado", diz Agnelo Queiróz (PC do B-DF).

Ganhou gás
Depois de vencer ACM na batalha pela relatoria do PPA, Jader (PMDB) prepara-se para a campanha à sucessão do pefelista na presidência do Senado. O PSDB dá apoio desde que um tucano vire presidente da Câmara no biênio 2001-2002.

Vai dar uma briga
Líder do PSDB na Câmara, Aécio Neves (MG), está louco para ser o presidente da Câmara na sucessão de Temer. Mas o PMDB sinalizou até agora que apóia um tucano desde que Jader presida o Senado. Aécio vai ter de se entender no ninho.

Rede de intrigas 1
No PSDB da Câmara, há um grupo insatisfeito com a liderança de Aécio Neves (MG). Composto basicamente por tucanos paulistas, o núcleo já diz que não apóia a recondução do mineiro ao posto. Goldman (SP) está de olho na vaga.

Rede de intrigas 2
Aloysio Nunes (Secretaria Geral) tem ignorado, na prática, a liderança de Aécio Neves no PSDB da Câmara. Articula os interesses do governo na bancada tucana por meio de Madeira e de Goldman, que são do tucanato paulista como ele.

Contra-ataque
De Pitta, sobre Cardozo (PT) criticar sua proposta de cobrar pedágio nas marginais: "É graças ao vereador, quando secretário de Erundina, que SP está pagando o maior pedágio de sua história. A conta da desapropriação da mansão Matarazzo já supera R$ 200 mi".

Visita à Folha
Visitaram ontem a Folha, onde foram recebidos em almoço, Jorge da Cunha Lima, diretor-presidente da Fundação Padre Anchieta, Carlos Vogt, diretor-executivo do Instituto Uniemp (Fórum Permanente das Relações Universidade-Empresa), Marcos Weinstock, diretor-executivo da Fundação Bienal de São Paulo, e Luciano Coutinho, professor titular de economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

TIROTEIO

De Aleluia (PFL-BA), sobre a insistência do governo em cobrar contribuição previdenciária dos servidores inativos e aumentar a dos ativos:
- A contribuição dos servidores ao ajuste fiscal já foi dada. É a inflação que corroeu seus salários, que não foram reajustados nos últimos cinco anos.

CONTRAPONTO

Vai na cola

O governador Zeca do PT pretende mudar o nome do Estado do Mato Grosso do Sul para Pantanal, pois acha que assim conseguirá atrair mais turistas.
O governador Dante de Oliveira não gostou. Crê que a mudança prejudicará Mato Grosso, pois dará a impressão de que o Pantanal fica apenas no Estado vizinho.
Recentemente, os dois governadores se encontraram no Senado. No meio de um debate sobre problemas financeiros dos Estados, Zeca falou sobre o assunto, provocando o tucano de propósito. Dante não se conteve e começou a reclamar.
O senador José Fogaça (PMDB-RS), em tom sério, decidiu interromper o debate:
- Senhores, entendo que o governador Dante tem toda razão - afirmou, recebendo aplausos do mato-grossense.
E arrematou, provocando gargalhadas na platéia:
- Mas vou fazer uma proposta conciliadora, Dante. Mude o nome do seu Estado para Pantanal do Norte.


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