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CONTAS PÚBLICAS
Medida seria alternativa ao proposto aumento de IOF
Governo estuda taxação
das remessas ao exterior
da Sucursal de Brasília
O governo federal estuda taxar
remessas de lucros e dividendos
ao exterior com a CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) para cobrir parte da perda de
R$ 2,3 bilhões provocada pela
suspensão da contribuição previdenciária dos servidores públicos
inativos e da contribuição adicional dos ativos, determinada pelo
STF (Supremo Tribunal Federal).
A derrota judicial ocorreu na semana passada, derrubou Bolsas e
fez subir a cotação do dólar.
A proposta foi discutida ontem
no Palácio do Planalto como alternativa ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), criticado por complicar a intenção anunciada pelo governo
de reduzir a taxa de juros.
A taxação das remessas atinge
os investidores estrangeiros no
país, atualmente isentos da CSLL,
que devem enviar aos países-sede
de suas empresas cerca de US$ 5
bilhões neste ano e mais de US$ 6
bilhões no ano que vem.
Avaliações preliminares levadas
ontem ao Planalto pela equipe
econômica estimam uma arrecadação superior a R$ 1 bilhão com
a ampliação da incidência da
CSLL sobre essas transações. A
cobrança só poderá entrar em vigor três meses depois de aprovada pelo Congresso Nacional.
O governo já lançou mão da
prorrogação da alíquota de 12%
da CSLL para cobrir parte dos
gastos (R$ 2,7 bilhões) do Orçamento da União para 2000. A medida ainda não foi votada pelos
parlamentares.
O pacote para contornar a derrota que o governo sofreu no STF
incluirá também cortes de gastos
de até R$ 1,3 bilhão. Ainda não foram detalhados os alvos desses
cortes.
Antes de o presidente Fernando
Henrique Cardoso reunir os líderes governistas à noite no Palácio
do Planalto, o governo já havia
decidido aumentar em três ou
quatro pontos percentuais a alíquota da contribuição dos servidores públicos da União. A medida será objeto de projeto de lei.
O aumento para 14% ou 15% é
planejado para durar nove meses.
A alíquota voltará aos atuais 11%
mais rapidamente caso o Congresso acelere a votação de propostas de longo prazo para equilibrar as contas públicas.
O governo também insiste em
enviar ao Congresso proposta de
emenda constitucional que cria a
contribuição previdenciária dos
servidores inativos e dos pensionistas com alíquota semelhante à
dos ativos.
Até o início da noite, o governo
analisava uma proposta mais ampla de emenda constitucional,
que acabava com a vinculação entre vencimentos dos aposentados
e a remuneração dos servidores
em atividade.
Atualmente, as aposentadorias
dos funcionários públicos são
reajustadas pelos mesmos índices
aplicados aos salários dos ativos.
Eles têm direito a gratificações e
reajustes concedidos às categorias
a que pertenciam.
A assessoria de FHC também
discutia a possibilidade de propor
a aplicação de um redutor de até
30% às aposentadorias mais altas.
A média das aposentadorias supera R$ 7.000 no Poder Legislativo e R$ 5.000 no Poder Judiciário.
Na semana passada, o governo
perdeu no STF a autorização para
cobrar de funcionários ativos e
inativos contribuição previdenciária de até 25%.
A reunião de ontem à noite com
líderes governistas definiria o formato final das propostas.
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