São Paulo, Terça-feira, 05 de Outubro de 1999
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BRASÍLIA

Entidades e partidos de oposição preparam atos de hoje até o próximo dia 12

Governo terá semana de protestos

da Reportagem Local

O governo federal enfrenta a partir de hoje uma série de manifestações preparadas por entidades e partidos de oposição em Brasília.
Sindicalistas ligados a centrais como a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a Força Sindical promovem hoje uma plenária na Câmara dos Deputados contra o projeto da Previdência que trata do efeito redutor (diminuição de pagamento para os contribuintes que se aposentarem mais cedo).
Segundo o secretário-geral da CUT nacional, João Antônio Felício, já foram confirmadas no ato as presenças de cerca de 400 líderes sindicais ligados a todos os setores produtivos.
Amanhã acontece a Marcha Nacional da Educação, promovida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação com a participação da CUT, CMP (Central de Movimentos Populares) e MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), além de outras entidades envolvidas na organização da "Marcha dos 100 Mil".
"Serão mais de 20 mil professores e funcionários de escolas pedindo principalmente o aumento da aplicação em educação dos atuais 3,5 % do PIB para pelo menos 10%", explica Felício.
Estão programados um apitaço na praça dos Três Poderes, um ato em frente ao Ministério da Educação e a entrega de um documento com as propostas da categoria ao ministro responsável pela pasta, Paulo Renato Souza.

Sem-terra
Caminhando desde o dia 26 de julho do Rio de Janeiro em direção a Brasília, aproximadamente 1.100 sem-terra e representantes de movimentos populares chegam à capital federal na quinta.
O grupo, que será recebido na entrada da cidade com um ato ecumênico de lava-pés, permanece em Brasília até o domingo para a realização de discussões sobre projetos alternativos para o país.
Lideranças de oposição como o petista Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, também foram convidadas a participar da recepção à marcha, que, ao todo, terá caminhado 1.580 km.
Entre as reivindicações do grupo, estão a priorização pelo governo de investimentos nas áreas sociais e o ""resgate da soberania brasileira".
O MST prevê que pelo menos mais 6.000 pessoas ligadas às demais entidades de oposição engrossarão o protesto.
O principal ato preparado pelos sem-terra será uma manifestação em frente ao Banco Central contra o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Na próxima terça-feira, dia 12, acontece simultaneamente em Brasília e em mais 12 países o Grito Latino-Americano dos Excluídos, patrocinado pelas pastorais sociais da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).


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