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Estado depende de verba federal
da Agência Folha, em Rio Branco
do enviado especial a Rio Branco
Cem anos depois de ter sido
anexado ao Brasil, o Estado do
Acre ainda é quase inteiramente
dependente dos recursos repassados pelo governo federal.
Quem reconhece isso é o próprio governador do Acre, Jorge
Viana (PT). Segundo ele, a economia do Estado é sustentada pelos salários de seus 32 mil funcionários públicos.
Ele estima que, de cada R$ 1 arrecadado pelo governo local, R$
0,85 é proveniente de repasses da
União. "Para se ter uma idéia de
nossa economia, o nosso parque
industrial emprega apenas 600
operários. A nossa taxa de desemprego tem sido em torno de
20% da população economicamente ativa."
Sem indústrias e com uma agricultura de subsistência, o Acre
não produz nem sequer a poluição que atinge o Estado, como a
fumaça que paralisou a movimentação no aeroporto de Rio
Branco e atrapalhou o tráfego aéreo durante boa parte do mês de
agosto.
Segundo a Secretaria do Meio
Ambiente do Acre, 60% da fumaça que atingiu o Estado era oriunda de queimadas na Bolívia. Outros 20% vieram de Mato Grosso,
10% de Rondônia e apenas 10%
eram originários de fogo no território do Acre.
O Estado importa também a
maioria dos produtos que seus
habitantes consomem. O abastecimento difícil torna os preços
mais altos em cidades cujo acesso
só é possível por barco ou avião.
Em Cruzeiro do Sul, por exemplo, o quilo do tomate que chega
de avião custa R$ 4. Em Rio Branco, o quilo é comprado por R$
0,68. Em outras cidades, o botijão
de gás chega a R$ 22, quase o dobro do preço praticado no restante do país.
Em seringais de Cruzeiro do
Sul, Tarauacá e Feijó, a prática de
escambo é comum.
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