São Paulo, sábado, 05 de outubro de 2002

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RIO

Secretaria de Segurança aumenta o número de policiais em 40% e 3.000 soldados do Exército irão para as zonas críticas

Governo reforça o policiamento nas ruas

TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO

O reforço do policiamento no Rio para as eleições começou ontem. A Secretaria de Segurança Pública aumentou em cerca de 40% o número de policiais militares nas ruas, reforçou a segurança dos presídios e colocou policiais civis no patrulhamento ostensivo.
A partir das 9h de hoje o Exército estará nas ruas. Segundo o CML (Comando Militar do Leste), a representação do Exército no Rio, 11 mil homens serão empregados no trabalho. Destes, 3.000 estarão em cerca de 20 áreas consideradas pelo Exército como prioritárias no município do Rio.
Os outros 8.000 militares ficarão de prontidão em quartéis de todo o Estado. O Exército manterá de prontidão dois helicópteros Pantera (transporte) e um helicóptero Esquilo, que serve para a observação de áreas e ataques, além de tanques de guerra. O Exército atuará até as 7h de segunda-feira.
""A cidade foi loteada por zonas de ação. Todo o planejamento dessa ação foi feito pelo Exército, porque também dispomos de informações de inteligência. Recebemos também informações da Secretaria de Segurança", disse coronel Ivan Cosme.
Em reunião de manhã de oficiais do CML com representantes da Secretaria Estadual de Segurança ficou decidido que o Exército não fará a proteção das zonas eleitorais, como havia sido divulgado pelo governo do Estado.
O trabalho será feito por 18.406 policiais militares, com apoio do Corpo de Bombeiros. O efetivo do Corpo de Bombeiros não havia sido divulgado até às 19h30. O total de policiais militares empregados no domingo será de 27.689, quantidade 35% maior do que a empregada na eleição de 1998.
O subsecretário de Segurança, Carlos Augusto Leba, afirmou que o policiamento no Estado foi reforçado desde ontem em razão de "circunstâncias que causam sobressalto". O setor de inteligência da secretaria tem informações de que traficantes tentariam impedir que moradores de favelas comandadas pela facção criminosa Comando Vermelho votem.
Uma das estratégias da PM (Polícia Militar) é colocar, a partir de hoje, policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) nas proximidades dos complexos do Alemão e da Maré (zona norte).
O "caveirão" (veículo blindado do Bope) ficará na avenida Itaoca, um dos acessos ao complexo do Alemão. Outro blindado ficará em frente ao Batalhão de Choque, onde estão presos Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, e mais quatro traficantes.
A Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança tem informes de que detentos estariam planejando uma megarrebelião e uma fuga em massa dos presídios. "A partir de hoje [ontem] temos policiais do Batalhão de Choque e do Getam [Grupamento Especial Tático-Móvel] em volta do complexo de Bangu. Homens do Choque também estarão patrulhando as vias expressas do Estado", disse o comandante-geral da PM, coronel Francisco Braz.
A Secretaria de Segurança informou ainda que ontem começaram as instalações de bloqueadores de celulares nos entornos do complexo penitenciário. A Polícia Civil contará com 5.000 policiais nas ruas do Estado, 2.000 de prontidão para casos de emergência e outros 5.000 nas delegacias. Quatro helicópteros da corporação sobrevoarão o Rio na eleição.



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