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CRISE FINANCEIRA
Reunião do presidente e líderes governistas no Congresso termina sem medidas efetivas e com propostas vagas
Governo discute incentivos à exportação
da Sucursal de Brasília
O presidente
Fernando Henrique Cardoso
discutiu ontem
com os líderes
dos partidos governistas e com
parte de sua
equipe econômica a criação de novos mecanismos de incentivo às
exportações.
Nenhuma medida concreta foi
anunciada. Os líderes e o porta-voz de FHC, Sergio Amaral, citaram os produtos agrícolas e os
bens de consumo como exemplos
de setores que poderão ser beneficiados pelas medidas.
Na reunião, o ministro Pedro
Malan (Fazenda) reafirmou a continuação da política de juros altos e
descartou a possibilidade de desvalorização do real.
A discussão sobre novos mecanismos de incentivo às exportações tem como pano de fundo a recente crise financeira provocada
pela queda das Bolsas de Valores.
Crise
O governo avalia que, além de
combater o déficit público e trabalhar pela aprovação das reformas
administrativa e previdenciária no
Congresso, precisa reverter os déficits registrados na balança comercial -quando as importações
superam as exportações.
No ano passado, o déficit da balança foi de US$ 5,5 bilhões. Nos
primeiros dez meses deste ano, as
importações já superaram as exportações em US$ 6,876 bilhões.
Ao reduzir o déficit comercial, o
governo combateria um dos fatores que provocam a saída de dólares do país, o que torna o país mais
vulnerável a um ataque especulativo contra o real.
"Virão outras medidas para que
as exportações continuem a crescer", afirmou Sergio Amaral, após
o encontro de duas horas entre
FHC, parte de sua equipe econômica e os líderes no Congresso.
O encontro de ontem foi interpretado como uma sinalização do
governo aos mercados financeiros
interno e externo de que está se
mobilizando para enfrentar novas
crises financeiras provocadas por
quedas nas Bolsas de Valores.
O ministro Malan reconheceu
que a situação no mercado financeiro de Hong Kong (onde se originou o crash global) não está normalizada, o que deixaria o Brasil
ainda sob o risco de sofrer uma nova perda de recursos internacionais investidos nas Bolsas do país.
"Estamos vivendo a era do capitalismo financeiro. Uma turbulência como essa não acaba amanhã,
ainda mais para um país dependente de capitais especulativos",
afirmou o líder do PSDB na Câmara, deputado Aécio Neves (MG),
após sair da reunião.
Participaram também do encontro os ministros
Clóvis Carvalho (Casa Civil), Luiz Carlos Santos
(Assuntos Políticos), o secretário-geral da Presidência, Eduardo Jorge, os senadores José Roberto Arruda (PSDB-DF), Elcio Alvares (PFL-ES),
Sérgio Machado (PSDB-CE), Jader Barbalho
(PMDB-PA), Epitácio Cafeteira (PPB-MA), Odacir
Soares (PFL-RO), Esperidião Amin (PPB-SC) e os
deputados Luís Eduardo (PFL-BA), Aécio Neves
(PSDB-MG), Geddel Vieira Lima (PMDB-BA),
Odelmo Leão (PPB-MG), Paulo Heslander
(PTB-MG).
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