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FHC cobra do Congresso pressa nas reformas
RAQUEL ULHÔA
da Sucursal de Brasília
Depois de usar as reservas cambiais e elevar os juros, duas medidas antipáticas na área econômica,
FHC mandou ontem o Congresso
fazer a sua parte: sinalizar para os
investidores que a reforma do Estado continua. Pediu, por isso, que
sejam votadas as reforma administrativa e previdenciária.
Mas a tentativa de FHC reunir no
Planalto os líderes da Câmara e Senado, para mostrar união entre
Executivo e Legislativo, acabou irritando os próprios aliados do governo, que saíram sem conhecer
uma única medida concreta de
combate ao déficit público.
De volta ao Congresso, eles disseram ter sido chamados para uma
"montagem de fotografia" no Planalto para transmitir interna e externamente essa imagem de união.
Irritou os líderes o fato de FHC
ter convidado o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA), e o líder do governo na
Câmara, Luís Eduardo Magalhães
(PFL-BA), no dia anterior, para
discutir as medidas que o governo
vai tomar.
O presidente aumentou o desconforto dos líderes ao cometer o
que alguns consideraram uma
"gafe" e outros um "recado" sobre a força da família Magalhães
no governo.
FHC disse que Luís Eduardo participou da reunião do dia anterior
com ele e a equipe econômica, para detalhar as medidas, e o chamou
de "líder do governo no Congresso" (ele é o líder na Câmara.
O desconforto foi geral e atingiu,
entre outros, o líder do governo no
Senado, Élcio Álvares (PFL-es); do
governo no Congresso, José Roberto Arruda (PSDB-DF), e dos
maiores partidos aliados.
Convocação extraordinária
Na reunião, ACM e Temer propuseram que os parlamentares
trabalhem sábados e domingos, a
partir do dia 20 de novembro, dispensando a necessidade de convocação extraordinária no recesso.
"É um esforço concentrado", disse Temer.
Hoje, deputados e senadores não
trabalham ou reduzem o expediente ao mínimos às segundas,
terças e sextas.
A previsão é que a Câmara encerre a votação da reforma administrativa no próximo dia 12 e aprove
em primeiro turno, até 15 de dezembro, a reforma da Previdência.
Colaboraram Augusto Gazir e Fernando Godinho, da Sucursal de Brasília
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