São Paulo, domingo, 05 de novembro de 2006

Próximo Texto | Índice

Painel

@ - Renata Lo Prete

Erro médico

A volta do tumor maligno no abdome de José Alencar é apontada como evidência de erro cirúrgico na operação a que o vice-presidente foi submetido há três meses e meio no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Um dos médicos que aconselham o vice-presidente já o alertara para o suposto erro médico na época da cirurgia. A remoção do tumor teria sido incompleta, além de outras falhas de procedimento.
As chances de cura são hoje menores do que há três meses, mas ainda substanciais, principalmente pelo fato de não ter havido metástase. O Memorial Sloan-Kettering Cancer Center de Nova York, onde Alencar deverá ser reoperado na próxima semana, é considerado um dos melhores dos EUA.

Vodu. Com o segundo governo em formação, a ciumeira está em alta no PT. Além de Marta Suplicy, alvo preferencial dos palacianos, há Fernando Pimentel. Os mineiros abrigados no primeiro escalão não acham a menor graça na ascensão da estrela do prefeito de Belo Horizonte.

Salto agulha. Um aliado de Lula se diverte com o número de candidatas a ministras na bolsa de apostas, agora acrescida de Roseana Sarney. "Se colocar no governo esse tanto de mulher, o presidente vai ver o que é dor de cabeça", diz, em tom de brincadeira.

Bote. Uma raposa analisa a corte feita pelo presidente ao governador de Minas: "O Aécio que se cuide. O Lula vai abraçá-lo como uma sucuri".

Sem trégua. Enquanto uma parcela importante do PMDB trabalha para costurar a adesão dos oposicionistas a Lula, Jader Barbalho tem defendido a tese de que o grupo deve ficar a pão e água na divisão dos espaços a que o partido terá direito no governo e no Congresso.

Vigília. Explicação dada por um observador para a mobilização peemedebista em Brasília no feriado: escaldado, o partido quer evitar que o PT se antecipe e só deixe "gamelas vazias" para o aliado.

Vá por mim. A primeira coisa que Lula diz aos governadores eleitos é que escolham sozinhos os secretários, sem aceitar palpites.

Munição. O PFL está se pintando para a guerra da presidência do Senado. A liderança do partido mandou levantar em todas as áreas da Casa as realizações de Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência e os discursos do peemedebista, para comparar as promessas e o que foi feito.

Entre cristais. Já Renan age com máxima cautela. Foi do presidente do Senado a idéia de que Roseana Sarney não se filiasse de cara ao PMDB, após deixar o PFL. O peemedebista ainda aposta no entendimento e não quer melindrar os pefelistas.

Fatura. Passa pelo governador reeleito de Roraima, Ottomar Pinto, a negociação para que Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) se filie ao partido e ajude a contabilizar aliados pró-PFL na briga pela presidência do Senado. O tucano apoiou a reeleição do senador.

Custa caro. Um aliado experiente vaticina: o governo terá de entregar os anéis e os dedos se quiser eleger um petista à presidência da Câmara. Não há sinal de que Lula pretenda se lançar nessa odisséia.

Bode na sala. Na opinião de correligionários, Arlindo Chinaglia (PT-SP) se lançou pré-candidato à presidência da Câmara menos por julgar que tem chance e mais de olho em alguma compensação.

Troca da guarda. Eduardo Campos (PSB) não terá problemas para compor maioria na Assembléia Legislativa de Pernambuco. Dos 49 deputados estaduais, a estimativa é que 33 apóiem o governador eleito. Além disso, 16 dos 25 deputados federais integram os partidos que o apoiaram no segundo turno.

Tiroteio

Essas são as últimas escaramuças de uma guerra que já terminou. Não há como o clima de beligerância sobreviver.


Do presidente da Câmara, ALDO REBELO (PC do B-SP), sobre as críticas à imprensa feitas após as eleições por dirigentes do PT e do governo.

Contraponto

Foi mal

No anúncio de sua candidatura ao governo da Bahia, Jaques Wagner (PT) fez um discurso inflamado contra o carlismo. E anunciou apoio a João Durval (PDT) na disputa ao Senado, destacando sua trajetória política.
Empolgado, o petista ainda quis fazer uma homenagem à sua mulher, Fátima, presente no evento:
-Além de ter um governo do PT, a Bahia terá, pela primeira vez, uma primeira-dama bonita e simpática!
O constrangimento foi geral. A mulher de Durval, Ieda, ex-primeira-dama do Estado, também estava ali.
Wagner ainda tentou consertar, mas logo mudou de assunto e preferiu encerrar o discurso.


Próximo Texto: Lula se beneficia na situação de vítima, diz marqueteiro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.