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"Droga é indústria da cidade"
da Agência Folha, em Orocó
O comerciante Jean Carlos dos
Santos Barros, gerente de uma loja de eletrodomésticos em Orocó
(PE), diz que o município praticamente sobrevive por causa do comércio de maconha. "A droga é a
indústria que falta à cidade."
Barros é uma das pessoas que
defendem a tese de que a Operação Mandacaru contribui para reduzir ainda mais a circulação de
dinheiro na cidade.
"Com a presença da Polícia Federal em Orocó, os plantadores
de maconha não compram mais
nada aqui", afirma. "Geralmente,
eles ficam escondidos nas roças e
só aparecem na cidade no dia da
feira ou para fazer supermercado.
Agora, sem o dinheiro dos traficantes, eu não sei como vamos sobreviver."
Depois da prefeitura, o tráfico
de drogas é o maior empregador
de Orocó (623 km de Recife).
Para plantar maconha nas ilhas
às margens do rio São Francisco,
um agricultor recebe, em média,
R$ 300 por mês. "Isso é uma fortuna para quem mora em uma cidade como Orocó", diz Barros.
Desde o início da Operação
Mandacaru, há uma semana, já
foram incinerados cerca de 30 mil
pés de maconha na cidade.
Mesmo quem defende a operação acha que a ação para erradicar
o plantio de maconha na região
não vai resolver o problema se outras medidas não forem tomadas.
"Junto com os policiais, o governo deveria liberar linhas de
crédito", afirma a dona-de-casa
Maria da Conceição Jesus.
(LF)
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