São Paulo, Domingo, 05 de Dezembro de 1999


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"Droga é indústria da cidade"

da Agência Folha, em Orocó

O comerciante Jean Carlos dos Santos Barros, gerente de uma loja de eletrodomésticos em Orocó (PE), diz que o município praticamente sobrevive por causa do comércio de maconha. "A droga é a indústria que falta à cidade."
Barros é uma das pessoas que defendem a tese de que a Operação Mandacaru contribui para reduzir ainda mais a circulação de dinheiro na cidade.
"Com a presença da Polícia Federal em Orocó, os plantadores de maconha não compram mais nada aqui", afirma. "Geralmente, eles ficam escondidos nas roças e só aparecem na cidade no dia da feira ou para fazer supermercado. Agora, sem o dinheiro dos traficantes, eu não sei como vamos sobreviver."
Depois da prefeitura, o tráfico de drogas é o maior empregador de Orocó (623 km de Recife).
Para plantar maconha nas ilhas às margens do rio São Francisco, um agricultor recebe, em média, R$ 300 por mês. "Isso é uma fortuna para quem mora em uma cidade como Orocó", diz Barros.
Desde o início da Operação Mandacaru, há uma semana, já foram incinerados cerca de 30 mil pés de maconha na cidade.
Mesmo quem defende a operação acha que a ação para erradicar o plantio de maconha na região não vai resolver o problema se outras medidas não forem tomadas.
"Junto com os policiais, o governo deveria liberar linhas de crédito", afirma a dona-de-casa Maria da Conceição Jesus. (LF)


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