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PRIVATIZAÇÃO
Banco Bozano, Simonsen oferece R$ 265,66 milhões por 75,6% do capital e supera instituição de Portugal
Meridional é vendido com ágio de 54,97%
CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio
O Banco Meridional foi privatizado ontem, em leilão realizado na
Bolsa do Rio, com um ágio de
54,97% sobre o preço mínimo.
O Banco Bozano, Simonsen venceu a disputa com um lance de R$
265,66 milhões por 75,61% do capital. O preço mínimo havia sido
estipulado em R$ 171,43 milhões.
Foi a primeira privatização de
um banco federal brasileiro desde
que o atual programa de privatização começou, em 1991. O leilão durou 26 minutos e foi precedido de
uma batalha jurídica de três horas
contra uma liminar concedida anteontem à noite.
Foi a segunda tentativa de privatização do Meridional, incluído no
programa de privatizações desde
seu início. Em maio do ano passado, o banco iria a leilão com preço
mínimo de R$ 438 milhões para o
total das suas ações.
Dúvidas sobre a qualidade dos
seus créditos levaram a um programa de saneamento comandado
pelo Banco Central e a uma reavaliação. O preço para o total das
ações caiu para R$ 210 milhões. A
parcela que seria vendida, então,
foi definida em R$ 171,43 milhões.
O Banco Bozano, Simonsen, oitavo no ranking das empresas financeiras de capital nacional, travou uma dura disputa com a Caixa
Geral de Depósitos, banco de Portugal. O Bozano, Simonsen atuou
por meio da Goldener Inc., subsidiária com sede nas Ilhas Cayman.
O Bradesco, outro participante
do leilão, deu apenas o lance inicial, ao preço mínimo de R$ 80,66
por lote de mil ações.
No final, o Bozano, Simonsen
ganhou a disputa com um lance de
R$ 125 por lote de mil ações.
O Bozano, Simonsen vai pagar
90% com moedas de privatização,
as chamadas "moedas podres" e
10% em dinheiro. Metade será paga no próximo dia 10, e a outra
parte, em até 36 meses.
O leilão do Meridional estava
marcado para começar às 10h. Minutos antes, foi lida uma ordem
judicial informando a suspensão
do leilão devido a uma liminar
concedida pelo juiz Marcelo Ferreira de Souza Granato, da 3ª Vara
Federal de Niterói (RJ).
O juiz estava de plantão na noite
de quarta e, em substituição à juíza
Valéria Medeiros de Albuquerque,
da 9ª Vara Federal do Rio, concedeu liminar a uma ação popular
impetrada pela advogada Cleyde
Reis Magno, da assessoria jurídica
do Sindicato dos Bancários do Rio.
O argumento da ação popular,
que prossegue para julgamento do
mérito, é de inadequação do edital
de venda aos requisitos da lei. Entre outras coisas, ele estaria omitindo os números do passivo de
curto prazo do Meridional.
Pouco antes das 13h chegou à
Bolsa a informação de que a liminar fora cassada pelo desembargador Arnaldo Lima, presidente em
exercício do TRF (Tribunal Regional Federal) do Rio.
O presidente do BC, Gustavo
Franco, e o diretor de normas do
órgão, Cláudio Mauch, que estavam desde o começo da manhã no
gabinete da presidência da Bolsa,
desceram para a sala do pregão, e o
leilão começou às 12h59.
O Sindicato dos Bancários de
Porto Alegre vai aguardar a posse
da nova diretoria para pedir uma
reunião com o Bozano, Simonsen.
Segundo a assessoria de imprensa
da entidade, o objetivo é evitar demissões de pessoal e o fechamento
de agências.
Colaborou a Agência Folha, em Porto Alegre
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