São Paulo, quinta-feira, 05 de dezembro de 2002

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Partido tem ao menos três ministeriáveis

MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO

A participação no governo Lula (PT) ameaça rachar o PSB. O partido já tem pelo menos três nomes que disputam um cargo no ministério petista.
Entre os candidatos estão o senador Ademir Andrade, derrotado ao governo do Pará e que termina o mandato no fim do ano; o deputado Beto Albuquerque (RS), que pleiteia o Ministério dos Transportes; e o cientista político Roberto Amaral, um dos vice-presidentes nacionais do partido, para a pasta da Cultura.
Para o segundo escalão, o PSB defende a indicação do economista Luciano Coutinho para uma diretoria do BNDES (Bando Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Ele é ligado ao presidente do PSB, Miguel Arraes.
O ex-governador Anthony Garotinho, ex-presidenciável, corre por fora. Na semana passada, ele se reuniu com o presidente nacional do PT, José Dirceu, no Rio.
Após a reunião, Dirceu disse a petistas fluminenses que pediu dois nomes ao ex-governador como sugestão para compor o governo. Os nomes não foram revelados, mas Garotinho não esconde em conversas com correligionários que gostaria de ter um aliado na presidência da Petrobras.
"Não estou pleiteando nada. Só estou colocando meu nome à disposição para que o partido veja como me aproveitar melhor [no governo Lula]", afirmou Ademir Andrade. Albuquerque também confirma que disputa a indicação para o Transportes.
Amaral não fala sobre o assunto, mas diz que uma lista de sugestões para o ministério foi entregue a Lula por Arraes há cerca de dez dias. Ele nega que a disputa interna por cargos no ministério possa rachar o partido. "Não estamos brigando entre nós. As indicações serão apresentadas para a discussão na Executiva."
No PDT, é o silêncio de Lula que tem causado maior preocupação. Em nota do Conselho Político, anteontem, o partido deixou claro que só participará do governo se houver uma posição clara de Lula sobre a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), a Previdência Social, o valor do novo salário mínimo e a ameaça de desnacionalização da Varig.
"É da elucidação e da concordância sobre estas questões que irá nascer uma ação solidária entre os partidos que apóiam o presidente e a correta e leal participação no governo", afirma a nota.
Segundo o vice-presidente nacional, Carlos Lupi, o PDT não aceitará nenhuma decisão unilateral de Lula na escolha de um pedetista, sem consulta prévia à direção partidária.


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