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Partido tem ao menos três ministeriáveis
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
A participação no governo Lula
(PT) ameaça rachar o PSB. O partido já tem pelo menos três nomes
que disputam um cargo no ministério petista.
Entre os candidatos estão o senador Ademir Andrade, derrotado ao governo do Pará e que termina o mandato no fim do ano; o
deputado Beto Albuquerque
(RS), que pleiteia o Ministério dos
Transportes; e o cientista político
Roberto Amaral, um dos vice-presidentes nacionais do partido,
para a pasta da Cultura.
Para o segundo escalão, o PSB
defende a indicação do economista Luciano Coutinho para uma diretoria do BNDES (Bando Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Ele é ligado ao presidente do PSB, Miguel Arraes.
O ex-governador Anthony Garotinho, ex-presidenciável, corre
por fora. Na semana passada, ele
se reuniu com o presidente nacional do PT, José Dirceu, no Rio.
Após a reunião, Dirceu disse a
petistas fluminenses que pediu
dois nomes ao ex-governador como sugestão para compor o governo. Os nomes não foram revelados, mas Garotinho não esconde em conversas com correligionários que gostaria de ter um aliado na presidência da Petrobras.
"Não estou pleiteando nada. Só
estou colocando meu nome à disposição para que o partido veja
como me aproveitar melhor [no
governo Lula]", afirmou Ademir
Andrade. Albuquerque também
confirma que disputa a indicação
para o Transportes.
Amaral não fala sobre o assunto, mas diz que uma lista de sugestões para o ministério foi entregue
a Lula por Arraes há cerca de dez
dias. Ele nega que a disputa interna por cargos no ministério possa
rachar o partido. "Não estamos
brigando entre nós. As indicações
serão apresentadas para a discussão na Executiva."
No PDT, é o silêncio de Lula que
tem causado maior preocupação.
Em nota do Conselho Político,
anteontem, o partido deixou claro
que só participará do governo se
houver uma posição clara de Lula
sobre a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), a Previdência Social, o valor do novo salário mínimo e a ameaça de desnacionalização da Varig.
"É da elucidação e da concordância sobre estas questões que
irá nascer uma ação solidária entre os partidos que apóiam o presidente e a correta e leal participação no governo", afirma a nota.
Segundo o vice-presidente nacional, Carlos Lupi, o PDT não
aceitará nenhuma decisão unilateral de Lula na escolha de um pedetista, sem consulta prévia à direção partidária.
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