|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CCJ do Senado
aprova fim do
voto obrigatório
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado Federal aprovou ontem uma proposta de emenda constitucional que acaba com o voto obrigatório no país. A proposta que
torna o voto facultativo será,
agora, submetida à votação no
plenário do Senado e, se for
aprovada em dois turnos, irá
para a Câmara dos Deputados.
Nas duas Casas, a emenda
precisará ter três quintos dos
votos (49 no Senado e 308 na
Câmara). Sem um acordo, sua
aprovação será difícil.
O senador Iris Rezende
(PMDB-GO), relator da proposta de emenda constitucional, afirmou que o voto obrigatório constitui um "constrangimento legal" ao eleitor, a quem
é imposta a participação política para dar legitimidade à democracia representativa.
"Em razão de o sufrágio universal e secreto representar instrumento essencial da democracia, não pode ele mesmo
ressentir-se do traço essencial
da vida democrática: a liberdade de agir", disse Iris Rezende
em seu relatório.
O líder do bloco de oposição,
Eduardo Suplicy (PT-SP), tentou adiar a votação da PEC na
CCJ por considerar a matéria
"bastante polêmica" e porque
não há uma decisão partidária
do PT a respeito. Como não
conseguiu adiar, acabou votando favoravelmente à proposta.
"Há vantagens e desvantagens na obrigatoriedade do voto. Atualmente, as pessoas, de
alguma maneira, já não são
obrigadas a votar nos candidatos, porque comparecem às urnas e podem se abster", disse o
líder petista.
O petista apontou, por outro
lado, vantagens de tornar o voto facultativo: "Quão mais livre
for a pessoa, maior o grau de
autonomia dela. E os processos
educativos indicam que, quão
maior a autonomia da pessoa,
maior o seu desenvolvimento".
Segundo Iris, o tema da obrigatoriedade ou não do voto no
país sempre vem à tona após as
eleições, por causa do grande
índice de abstenção e de votos
brancos e nulos.
O relator disse que o Brasil é
uma das poucas democracias
do mundo a impor o voto obrigatório. Ele afirmou que nos
Estados Unidos, onde o voto é
facultativo, menos de 50% do
eleitorado votou na última eleição para presidente da República. "Tal fato não leva à ilação de que falta participação popular àquele consolidado sistema
político-eleitoral", disse.
Texto Anterior: Congresso: Comissão do Senado aprova Lei da Mordaça Próximo Texto: Mídia: Senado aprova capital estrangeiro em empresas Índice
|