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SÃO PAULO
Tucano diz que ministros agem para prejudicar o Estado governado por ele
Alckmin vê partidarização de ministério
RAFAEL CARIELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador Geraldo Alckmin
(PSDB) acusou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
-particularmente os ministros
petistas- de "partidarização",
agindo para prejudicar São Paulo,
Estado que ele, tucano, governa.
"Cada vez fico mais decepcionado. O que se vê é a partidarização,
é a ação partidária. Toda semana
vem um ministro falar mal de São
Paulo e cortar dinheiro, cortar recursos do Estado", disse o governador, reagindo a declarações do
ministro Cristovam Buarque
(Educação). Anteontem, em Brasília, ao divulgar o Mapa da Exclusão Educacional, Cristovam disse:
"Não é possível que São Paulo seja
o primeiro Estado em crianças fora da escola. É uma vergonha
quando comparado a outros países ricos. Estados e cidades ricas
precisam sair na frente".
Alckmin fez questão de dizer
que a "partidarização" não se restringia a Cristovam. "Essa coisa
do ministro da Educação é deplorável. Aliás, não é um ministro só.
São vários."
"São Paulo tem 99,8% dos alunos de 7 a 14 anos no ensino fundamental. A média nacional é de
97%. No ensino médio, temos
95%, enquanto o Brasil tem 84%."
Alckmin exemplificou o corte
de recursos, citando a paralisação
de duas escolas técnicas no Estado "porque a verba do Ministério
da Educação foi cortada".
E atacou outro integrante da cúpula petista do governo: "O [ministro] Nilmário Miranda [Secretaria Especial dos Direitos Humanos] fez a mesma coisa na semana
passada. Vem aqui, fala mal e corta a verba. A Febem não recebeu
um centavo federal".
Insinuou que o motivo de fundo
da suposta ação partidarizada do
governo Lula possa estar na disputa eleitoral do ano que vem:
"Falam do Estado, mas não falam
que a prefeitura tem 200 mil
crianças fora da pré-escola".
Anteontem, os números da
educação na cidade e no Estado
de São Paulo já haviam servido de
pretexto para uma prévia da disputa que será travada entre petistas e tucanos pela sucessão da prefeita Marta Suplicy (PT-SP).
Antes de Cristovam fazer sua
crítica à exclusão educacional no
Estado, o secretário da Educação
do governo de Alckmin, Gabriel
Chalita, havia dito que considerava "vergonhoso" o desempenho
da administração petista na cidade de São Paulo no que se refere à
educação infantil. Chalita é apontado como pré-candidato do
PSDB para as eleições municipais.
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