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Gushiken segue "cartilha" petista
MARINA MOTOMURA
DA REDAÇÃO
O ministro Luiz Gushiken (PT),
da Secom (Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica), colocou em prática ontem, em São Paulo, as diretrizes
da "cartilha" preparada pelos petistas para a "prestação de contas"
de um ano da gestão Lula: adotou
tom otimista nas declarações e esquivou-se de temas polêmicos,
como a reforma ministerial e o caso Santo André.
"A população pode esperar um
desenvolvimento que vai se iniciar agora. É irreversível esse desenvolvimento", disse Gushiken,
fazendo coro a recentes discursos
de outros membros do governo.
O Planalto preparou um documento intitulado "Roteiro para o
Balanço de Um Ano de Governo",
contendo conselhos aos ministros. A "cartilha" foi divulgada
nesta semana.
Gushiken participou ontem do
lançamento do Núcleo de Exportação de Tecnologia (Next), que
reúne empresas brasileiras de desenvolvimento de softwares e tecnologia da informação.
O ministro da Secom afirmou
que as dificuldades que o PT enfrentou no primeiro ano de gestão
são herança de gestões passadas.
"Da maneira como nós pegamos
o governo, é evidente que existia a
suspeita de que dificilmente [o
PT] iria resolver em curto prazo
problemas da magnitude [desses]
que nós acumulamos. Mas acho
que agora é olhar para a frente,
não ver o retrovisor", disse.
Gushiken citou indicadores
econômicos -queda da inflação,
redução da taxa de juros, estabilização do câmbio e a balança comercial favorável-, obtidos em
"um ano de construção de um alicerce sólido para a economia",
como indícios de que "o Brasil entrou no rumo do crescimento
econômico".
Superexposição
O ministro, mesmo sendo um
dos componentes do chamado
"núcleo duro" do governo (grupo
composto por ministros e auxiliares petistas próximos a Lula), recusou-se a comentar a reforma
ministerial e o caso Santo André.
Sobre a reforma, disse ser "assunto exclusivo do presidente".
Quanto às novas investigações do
Ministério Público sobre a morte
do ex-prefeito Celso Daniel, comentou que o assunto não diz respeito ao governo federal.
Na última terça-feira, o ministro
da Secom se reuniu com publicitários para discutir uma pesquisa
sobre a administração petista.
Ontem, ele admitiu a superexposição da imagem do presidente.
"É fato que o presidente Lula tem
uma taxa de aparição pública
muito superior à de outros presidentes. Mas eu imagino que isso
não é porque ele quer. A mídia
tem interesse, [baseada] no pressuposto de que o cidadão tem interesse em ver o presidente."
O ministro acrescentou ainda
que essa superexposição reflete a
popularidade de Lula.
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