São Paulo, terça-feira, 05 de dezembro de 2006

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Governo usa posse para exibir Bolsa Família

Pessoas que foram beneficiadas com ações sociais serão convidadas especiais, com despesas pagas pelos cofres federais

Evento deve ser menor do que em 2002, quando 70 mil foram a Brasília; não haverá convite a outros chefes de Estado nem grandes shows


FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A cerimônia para a segunda posse de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência, no dia 1º, será um evento político que terá propaganda de programas sociais do governo. Pessoas beneficiadas ou que ajudaram na implantação de ações como o Bolsa Família serão convidadas especiais, com despesas pagas pelos cofres federais.
A lista de participantes está sendo fechada pelo cerimonial do Palácio do Planalto, com o apoio do PT, dos demais partidos que apoiaram a reeleição e de entidades como MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Uma reunião preparatória foi realizada ontem em Brasília, na sede do PT. Outra deve ocorrer na sexta.
Após o juramento e discurso protocolares no Congresso, que devem ocorrer às 16h, Lula subirá a rampa do Planalto. No saguão principal, será recepcionado por cerca de 800 convidados, entre ministros, parlamentares, embaixadores e governadores. Desses, cerca de 10% serão pessoas identificadas com ações do governo. O modelo já foi testado na convenção do PT, em junho, quando beneficiados por programas subiram ao palco -a presença deles foi custeada pelo partido.
As estrelas da festa devem ser pessoas que abriram mão voluntariamente do Bolsa Família e hoje conseguem se manter sem ajuda do governo. Outra idéia é chamar pesquisadores e outros envolvidos com o desenvolvimento do biodiesel.
O exemplo a ser usado, o da família que se tornou auto-suficiente, é residual. Até agosto, pouco mais de 2.000 famílias, de um universo de 11,1 milhões, havia deixado espontaneamente o programa -parte porque passou a receber benefícios federais de valor mais elevado.
A posse será um evento menor em comparação com 2002. Não haverá convite a chefes de Estado, pela dificuldade de reunir delegações em 1º de janeiro. O jantar de gala oferecido pelo Itamaraty seria cancelado
Não haverá grandes shows. Após o discurso de Lula, haverá festa com artistas populares na Praça dos Três Poderes.
Há quatro anos, a posse reuniu 70 mil pessoas em Brasília. Agora, não há estimativa de público. Nem o PT nem a Presidência informaram quanto devem gastar no evento.


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