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Governo usa posse para exibir Bolsa Família
Pessoas que foram beneficiadas com ações sociais serão convidadas especiais, com despesas pagas pelos cofres federais
Evento deve ser menor do que em 2002, quando 70 mil foram a Brasília; não haverá convite a outros chefes de Estado nem grandes shows
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A cerimônia para a segunda
posse de Luiz Inácio Lula da
Silva na Presidência, no dia 1º,
será um evento político que terá propaganda de programas
sociais do governo. Pessoas beneficiadas ou que ajudaram na
implantação de ações como o
Bolsa Família serão convidadas
especiais, com despesas pagas
pelos cofres federais.
A lista de participantes está
sendo fechada pelo cerimonial
do Palácio do Planalto, com o
apoio do PT, dos demais partidos que apoiaram a reeleição e
de entidades como MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e CUT (Central
Única dos Trabalhadores).
Uma reunião preparatória
foi realizada ontem em Brasília,
na sede do PT. Outra deve ocorrer na sexta.
Após o juramento e discurso
protocolares no Congresso, que
devem ocorrer às 16h, Lula subirá a rampa do Planalto. No saguão principal, será recepcionado por cerca de 800 convidados, entre ministros, parlamentares, embaixadores e governadores. Desses, cerca de
10% serão pessoas identificadas com ações do governo. O
modelo já foi testado na convenção do PT, em junho, quando beneficiados por programas
subiram ao palco -a presença
deles foi custeada pelo partido.
As estrelas da festa devem ser
pessoas que abriram mão voluntariamente do Bolsa Família e hoje conseguem se manter
sem ajuda do governo. Outra
idéia é chamar pesquisadores e
outros envolvidos com o desenvolvimento do biodiesel.
O exemplo a ser usado, o da
família que se tornou auto-suficiente, é residual. Até agosto,
pouco mais de 2.000 famílias,
de um universo de 11,1 milhões,
havia deixado espontaneamente o programa -parte porque
passou a receber benefícios federais de valor mais elevado.
A posse será um evento menor em comparação com 2002.
Não haverá convite a chefes de
Estado, pela dificuldade de reunir delegações em 1º de janeiro.
O jantar de gala oferecido pelo
Itamaraty seria cancelado
Não haverá grandes shows.
Após o discurso de Lula, haverá
festa com artistas populares na
Praça dos Três Poderes.
Há quatro anos, a posse reuniu 70 mil pessoas em Brasília.
Agora, não há estimativa de público. Nem o PT nem a Presidência informaram quanto devem gastar no evento.
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